Quarta-feira, 4 de dezembro de 2024 Login
Há quase 40 anos no mundo, o vírus da aids persiste e ainda circula. Em Umuarama, nos oito primeiros meses de 2021, foram confirmados 33 casos. Em referência ao Dia Mundial de Luta Contra a Aids, comemorado dia 1° de dezembro, o Ambulatório Municipal de Infectologia preparou uma série de ações para alertar toda a sociedade sobre a doença, incluindo palestras, rodas de conversa, entrevistas e webinar.
O médico infectologista Ricardo Delfini Perci analisa que é sempre tempo de falar sobre aids. “Por que ainda temos que falar do controle da aids em pleno século XXI? Porque ela continua aí, porque até hoje, mais de 30 anos depois, as pessoas continuam não se cuidando, não tomando as precauções. Infelizmente nós temos em média 35 a 40 casos por ano, ou seja, a aids não acabou”, alerta.
Ele detalha que a aids é uma doença que não mata por si só. “Por causar um grande impacto no sistema imunológico, o paciente fica sujeito a doenças oportunistas, como a pneumonia, que surgem no organismo nesse momento de fraqueza. Assim sendo, não se morre de aids, morre-se das complicações geradas pelas doenças oportunistas”, observa.
A assistente social Maria de Lourdes Gianini, coordenadora do Ambulatório de Infectologia, conta que na próxima semana a psicóloga Lucinéia Ceolin fará palestras sobre as Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs / aids) em várias instituições. “Na segunda-feira (22), será na Fazenda Renascer, das 8h30 às 10h. Na terça (23) será na sala de espera da UBS Guarani / Anchieta, das 8h às 10h. Na quarta (24) será no Centro Pop, das 8h às 10h. Na quinta-feira (25) será do Crevid, das 8h às 10h e na sexta-feira (26) na Academia da Saúde – Mulheres da Terceira Idade, das 9h às 10h”, informa.
Lucinéia segue com as palestras no dia 30, na sala de espera da UBS 1° de Maio e encerra o ciclo no dia 1° de dezembro, em roda de conversa sobre as formas de transmissão do HIV/aids com o grupo de alongamento do Colégio Birigui, das 8h às 9h30. “Doutor Ricardo Perci participa ainda de uma importante webinar (seminário on-line) organizada pela Secretaria de Estado da Saúde, onde vai falar sobre a experiência exitosa da conquista da certificação da eliminação da transmissão vertical do HIV em Umuarama. Terá início às 14h com transmissão pelo Youtube”, acrescenta.
Fique sabendo
A preocupação dos profissionais que atuam no Ambulatório de Infectologia de Umuarama é que a aids, doença sexualmente transmissível, é insidiosa por 8 a 10 anos. “Até que haja manifestação clínica da doença, o cidadão não sabe que tem aids. Nesse período a pessoa é assintomática e esse é o grande problema. É importante, por exemplo, participar da campanha ‘Fique Sabendo’, do Ministério da Saúde, onde realizamos o teste rápido para a pessoa saber se está contaminada”, indica o infectologista da Secretaria de Saúde de Umuarama.
O médico frisa, porém, que se há contaminação, há tratamento, há acompanhamento e, melhor, há uma qualidade de vida perfeita. “Esse paciente vai ser um paciente como outro qualquer, tomando medicamento específico, como faz um hipertenso, um diabético. Fora o estigma do problema que nós enfrentamos com o vírus, com a doença e com a palavra aids, esse paciente é uma pessoa normal, está na sociedade e tem que viver na sociedade com sua característica normal”, relata.
Fonte: PMU
Fotos: PMU/divulgação