Quarta-feira, 11 de dezembro de 2024 Login
Aumento de peso, aparecimento de espinhas e pelos podem ser indicativos de que algo não vai bem com os hormônios.
O mau funcionamento hormonal pode acarretar a Síndrome do Ovários Policísticos (SOP), distúrbio bastante comum, que se caracteriza pelo aumento do volume ovariano, causado pela presença de pequenos e numerosos cistos ao redor dos ovários.
“Mulheres com ovários policísticos podem apresentar problemas dos mais simples, como uma irregularidade menstrual e acne, aos mais graves, tais como obesidade e dificuldades para engravidar”, esclarece o ginecologista e obstetra, Dr. Carlos Lisboa (CRM 16.265).
Idade reprodutiva
Os ovários são responsáveis pela produção dos hormônios sexuais femininos e o SOP pode ocorrer quando há elevação de hormônios masculinos no corpo da mulher, o que pode ser detectado com a realização do exame de ultrassom transvaginal, além de exames de sangue para dosagem de hormônios.
A doença pode se manifestar na adolescência, em meninas na faixa etária de 10 a 19 anos, mas são mais comuns em mulheres entre 30 e 40 anos. Estudos indicam que, no Brasil, de 4 a 13% das mulheres em idade reprodutiva são acometidas pela Síndrome de Ovários Policísticos.
Sintomas
Considerada uma doença crônica, de causa ainda desconhecida, os sintomas, muitas vezes, podem confundir a mulher, especialmente se ela já tem histórico de ciclo menstrual irregular. Alterações menstruais, aliás, estão entre os sinais mais comuns, por isso a importância de consultar o ginecologista para a realização de exames.
“Mulheres que têm menstruações espaçadas, que menstruam poucas vezes por ano, não menstruam, ou ainda ao contrário, têm ciclo menstrual intenso, devem ficar atentas”, aponta o médico.
Outros sintomas a serem observados são:
• Aumento dos pelos no rosto, seios e abdômen;
• Facilidade para ganhar peso;
• Dificuldade para engravidar;
• Queda de cabelo;
• Depressão;
• Aumento da oleosidade da pele, com surgimento anormal de acnes e espinhas.
Grupo de risco
Mulheres com SOP possuem até três vezes mais risco de câncer uterino, em especial no endométrio, camada que reveste a parte interna do útero, eliminada durante a menstruação.
Dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA) mostram que o câncer de endométrio é o mais frequente entre tumores de útero, ocupando 8º lugar no ranking entre os mais incidentes nas mulheres. Só em 2020, foram diagnosticados em torno de 6 mil novos casos.
“Mulheres obesas ou acima do peso, diabéticas, hipertensas, e com colesterol alto fazem parte do grupo de risco da síndrome dos ovários policísticos. A prevenção da doença envolve dieta leve, atividade física, além de acompanhamento ginecológico anual”, orienta Dr. Carlos Lisboa.
Foto: assessoria/divulgação
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