Domingo, 24 de novembro de 2024 Login
A cirurgia bariátrica é um dos métodos mais procurados por pessoas obesas que desejam perder peso e ter uma vida saudável, sem complicações de saúde. No entanto, o procedimento é rodeado de tabus, e essa falta de informação muitas vezes faz com que os pacientes optem pela não realização da cirurgia.
Para esclarecer os principais mitos e verdades sobre o método, conversamos com o presidente da Associação Médica de Umuarama (AMU), o médico cirurgião bariátrico, Dr. Fábio Carvalho (CRM 17207), que trouxe informações tranquilizadoras.
Quem faz a bariátrica perde até 10 anos de vida.
Felizmente, a informação não é verdadeira. “A obesidade leva à redução da expectativa. Isso porque a obesidade aumenta consideravelmente o risco de complicações graves como diabetes tipo 2, hipertensão e problemas cardíacos. A cirurgia bariátrica reduz esse risco , tendo em vista proporcionar o controle efetivo da doença obesidade.” explicou Dr. Fábio.
Um estudo recente da University of Gothenburg, da Suécia, apontou que a expectativa de vida de de pessoas obesas, submetidas a cirurgia bariátrica, aumentou a sobrevida em 3 anos, quando comparado com obesos que não se submeteram a cirurgia. Outros inúmeros estudos, demonstram os benefícios da cirurgia bariátrica no controle do diabetes tipo 2 , hipertensão arterial, apneia do sono, problemas ortopédicos, refluxo gastroesofágico, entre outras doenças.
As agulhadas na barriga são para o resto da vida.
Mito. Os pacientes bariátricos precisam realizar aplicações de anticoagulantes injetáveis (agulhada na barriga) nas primeiras semanas após a cirurgia. “Essas aplicações, junto com o uso da meia elástica, são necessárias para evitar trombose venosa e embolia pulmonar”, esclarece o cirurgião.
O cabelo cai.
Verdade. É comum a perda de cabelo por um período após a cirurgia bariátrica. “Quando o corpo passa por uma perda de peso constante e progressiva, a raiz do cabelo, que é rica em gorduras e proteínas, perde esses nutrientes e fica fraca. Sempre digo aos pacientes que não é necessário se preocupar, essa queda é provisória e acontece até o corpo se estabilizar, normalmente em um período de um ano”, tranquiliza Dr. Fábio.
O médico também relembrou que todos os pacientes bariátricos precisam passar por uma suplementação vitamínica e proteica, para suprir essas e outras deficiências do organismo.
É uma cirurgia de risco.
Mito. A cirurgia bariátrica vem sendo desenvolvida e aperfeiçoada com uma série de técnicas e materiais cada vez mais seguros e que proporcionam resultado de alta qualidade. A média da taxa de mortalidade na bariátrica é de 0,3%, índice menor do que o de uma cirurgia plástica, por exemplo. “Os benefícios da cirurgia são muito maiores do que o risco desse procedimento”, enfatiza o especialista.
A cirurgia não é feita com qualquer idade.
Verdade. A indicação é para pacientes de 18 a 65 anos. Adolescentes maiores de 16 anos podem receber indicação de cirurgia, mas precisam ter a autorização dos pais, além de passar por uma avaliação óssea, que irá indicar se os ossos do corpo já estão totalmente desenvolvidos.
A bariátrica pode ser feita mais de uma vez.
Verdade. No entanto, são casos raros e específicos. “Existe a cirurgia revisional, indicada em casos em que os pacientes reganham peso ao ponto de voltarem a ser obesos com doenças associadas. Suas indicações são bem restritas e devem ser realizadas por um profissional experiente”, observa.
Atualmente, existem procedimentos pouco invasivos, capazes de ajudar pacientes nesse estágio, como é o caso do Plasma de Argônio por endoscopia. “É um procedimento que pode ser realizado em pacientes que fizeram Bypass Gástrico (técnica de redução do estômago e desvio do intestino) e reganharam peso. Porém, é claro, existem critérios que precisam ser cumpridos”, informou Dr. Fábio Carvalho.