Domingo, 24 de novembro de 2024 Login
O Colégio Brasileiro de Radiologia (CBR) orientou no início do mês de julho que mulheres deveriam aguardar pelo menos um mês para realizar mamografia ou ultrassonografia de mamas depois da imunização contra Covid-19. Isso se deu após relatos de mulheres de que apresentaram aumento das mamas após a administração da vacina da Pfizer, relatos esses iniciados na Noruega.
A Federação Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO) e Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM) reforçaram a orientação, enfatizando, porém, que o exame não deve deixar de ser feito, pois em 2020 quase 50% das mulheres não realizaram mamografia, o que pode elevar a mortalidade devido câncer de mama após a pandemia.
Estudos sobre aumento das mamas pós-vacinação
Estudos mostraram que algumas mulheres apresentam linfadenopatia axilar após a vacinação contra Covid-19, principalmente com as vacinas fabricadas pela Pfizer, Moderna e Johnson (MEHTA, 2021). Este evento não é exclusivo da vacina Covid-19, podendo acontecer linfadenopatia axilar com outras vacinas, afinal o que desencadeia esse evento é a resposta imunológica provocada pela vacina (SEELY, 2021). O que aconteceu com a jovem norueguesa e as milhares de mulheres que também postaram em suas redes sociais sobre o aumento mamário após terem tomado a vacina, foi na verdade um aumento dos gânglios linfáticos axilares, projetando as mamas e fazendo com que parecesse que seu volume estava maior.
É importante deixar claro para a paciente que tal evento é passageiro e não é único da vacina contra Covid-19, afinal, pode ser algo que assuste a paciente, correlacionando tal aumento com efeito adverso grave, como o câncer de mama. A SBM já precisou emitir nota desmentindo notícias falsas que associavam a vacina Covid-19 ao aumento da ocorrência de neoplasia mamária. Mais estudos são necessários para sabermos sobre todos os efeitos causados pela vacinação contra Covid-19, enquanto não temos estudos, precisamos nos unir para trocar informação e assim, conseguir prestar uma boa assistência médica. No Fórum do Portal esse assunto está em debate, entre e deixe seu comentário!
Fonte: PebMed
Autora: Letícia Suzano Lelis Bellusci
Graduação em Medicina pela Universidade José do Rosário Vellano ⦁ Residência em Ginecologia e Obstetrícia pelo Hospital Regional de Presidente Prudente ⦁ Especialização em Endometriose e Ginecologia Minimamente Invasiva pelo Hospital Sírio-Libanês ⦁ Especialização em Ultrassonografia em Ginecologia e Obstetrícia pela Faculdade de Tecnologia em Saúde ⦁ Especialização em andamento em Medicina fetal pela Fetus
Foto: Divulgação