Sábado, 23 de novembro de 2024 Login
A cirurgia popularmente conhecida como ‘Ponte de Safena’ é um dos procedimentos mais realizados pelo Serviço de Cirurgia Cardíaca do Instituto Nossa Senhora Aparecida e o que mais salva vidas em todo o mundo.
O Hospital de Umuarama, que é referência nacional em cardiologia intervencionista (cateterismo cardíaco) e cirurgia cardíaca pelo SUS, após o período de restrições devido à Pandemia de Covid-19, voltou a receber pacientes de toda a região e de diversos estados para os mais complexos tratamentos, desde o último dia 27 de julho, quando assumiu uma nova equipe de cirurgiões.
A Cirurgia Cardíaca do Nossa Senhora passou a funcionar 24 horas, atendendo cirurgias eletivas e também urgência e emergência. Estão sendo realizadas entre duas e três cirurgias por dia e a tendência é ampliar o atendimento, conforme o controle da Pandemia for aumentando. A ‘Cirurgia de Ponte de Safena’ é uma das mais realizadas até agora.
“Esse é o nome popular dado ao procedimento cirúrgico para a Desobstrução das Veias Coronárias. É realizado através da ligação entre a artéria mamária, que fica atrás do osso esterno do tórax e a artéria obstruída, permitindo o fluxo de sangue para o músculo cardíaco”, explica o cirurgião cardíaco, Dr. Guilherme Andrade Krawczun (CRM-PR: 22534 /RQE: 22874), que integra Serviço de Cirurgia Cardíaca do Instituto Nossa Senhora Aparecida.
Para realizar o procedimento os cirurgiões utilizam a veia safena, que é retirada da perna e reimplantada no coração, servindo como uma ‘ponte’ para revascularização do miocárdio. “Dessa forma, o coração volta a vascularizar, ou seja, a se encher de sangue”, disse.
Antes da Pandemia, a obstrução das coronárias era a maior causa de mortes no mundo todo, matando mais que o câncer, traumas ou doenças infecciosas. “Atualmente, a Covid-19 é a maior causa de mortalidade em todo o mundo. Porém, os doentes cardíacos estão entre suas maiores vítimas”, destacou o cirurgião.
A cirurgia de desobstrução das coronárias tem como objetivo principal evitar o infarto do miocárdio. O procedimento também é realizado em pacientes que já infartaram, evitando a letalidade do mesmo e a ocorrência de novos episódios.
O tempo cirúrgico é de cerca de três horas e meia. “Todo o procedimento dura cerca de cinco horas, aproximadamente, do início da cirurgia até a saída do paciente para a Unidade de Terapia Intensiva, onde fica em recuperação por três a cinco dias e depois, mais cinco ou sete dias de internação em leito clínico”, explica.
De acordo com o Dr. Guilherme, o tempo de recuperação e os riscos da cirurgia variam de acordo com as condições clínicas do paciente. “Pacientes idosos, obesos ou que já infartaram enfrentam mais riscos, especialmente se a cirurgia for de emergência”, disse.
RECUPERAÇÃO PÓS CIRURGICA
Cerca de um mês após a realização da cirurgia para desobstrução das coronárias, o paciente pode ir, aos poucos, retomando suas atividades. “A recuperação da cirurgia cardíaca envolve uma série de fatores e o comprometimento do paciente e seus familiares é fundamental nesse processo”, alerta o cirurgião cardíaco. Segundo ele, após a cirurgia é necessário o controle rigoroso das comorbidades que causaram a doença.
“Trabalhamos em parceria com os cardiologistas clínicos e, após o tempo de recuperação cirúrgica, recomendamos a todos os nossos pacientes que façam o acompanhamento regular dos fatores de risco. Sem esse acompanhamento clínico e a adoção de hábitos como: alimentação mais saudável, abandonar o tabagismo e praticar atividades físicas regulares, o paciente corre o risco de voltar à sala de cirurgia”, esclareceu o Dr. Guilherme.
SINAIS DE ALERTA
Pessoas com histórico familiar de doenças cardíacas, idosas, obesas, tabagistas ou que tenham doenças como diabetes e pressão alta correm mais risco de sofrer obstruções nas coronárias. Segundo o Dr. Guilherme, “a dor no peito sempre deve ser investigada por um cardiologista. É um sintoma que nunca deve ser negligenciado. Outros sinais de alerta são: falta de ar, inchaço nas pernas, tonturas e desmaios. O ideal é consultar um cardiologista clínico, fazer exames de rotina e o controle rigoroso de comorbidades como diabetes e pressão alta”.