Quarta-feira, 27 de novembro de 2024 Login
A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que, no mundo cerca, de 50 milhões convivem com algum tipo de demência, e que 70% destes pacientes são diagnosticados com a doença de Alzheimer.
Apesar dos números alarmantes, há muitos esclarecimentos que precisam ser feitos sobre a doença.
É definido como uma doença neurodegenerativa, ou seja, leva a um progressivo declínio cognitivo com o passar do tempo. Nas fases finais, inclusive, o paciente não se lembra de grande parte dos acontecimentos da sua vida - a perda de memória é o sintoma mais característico da enfermidade.
"A evolução clínica pode variar dependendo do caso, mas, de modo geral, temos uma patologia lentamente progressiva, que evolui em anos e que leva a progressiva deterioração cognitiva, comportamental e, nos estágios finais, motora", explica o neurologista Dr. Leandro Teles.
Ainda segundo o profissional, a doença pode ser dividida em estágios, dependendo da condição do paciente e dos sinais que ele apresenta. Os sintomas geralmente seguem a seguinte sequência:
Estágio leve
A pessoa tem dificuldade progressiva de fixar novas memórias. O paciente lembra bem do passado, mas apresenta evidente dificuldade em memorizar coisas mais atuais, do dia a dia. "Ele fica esquecido, repetitivo, deixa de cumprir compromissos... Aos poucos, vai perdendo sua segurança e independência", afirma o especialista.
Estágio moderado
Além do esquecimento, o paciente passa a se mostrar desorientado no tempo e no espaço. Pode se perder em lugares conhecidos, ter dificuldade de reconhecer rostos familiares e mostra-se cada vez mais confuso e menos confiável. Podem surgir alterações comportamentais, como apatia ou agressividade, perda progressiva de autonomia, dificuldades de cálculo e linguagem, além de comprometimento de memórias antigas, já consolidadas.
Estágio avançado
Nessa fase, o paciente se mostra ainda mais desorganizado, o esquecimento pode ser muito intenso, dificultando até pequenos diálogos. "Ele fica bastante aéreo, interage pouco com o ambiente, pode ter franca dificuldade em reconhecer familiares e apresenta um discurso pobre e confuso. Com a progressão, surgem sintomas motores como engasgos, perda de equilíbrio, e problemas de coordenação e de força muscular", acrescenta o neurologista. O paciente evolui para franca deterioração neurológica global, ficando restrito a cadeira de rodas e posteriormente, à cama, em posição que lembra a posição fetal.
Causas
Embora o ambiente externo influencie em seu surgimento, o quadro depende, principalmente, de uma carga genética. "Quase sempre o que ocorre é uma predisposição genética, herdada por vários genes, que se manifesta a depender de fatores ambientais, como a longevidade, a escolaridade, as patologias clínicas e outros fatores ainda não completamente elucidados", destaca Leandro.
Segundo o especialista, para algumas famílias o fator genético pode se tornar evidente e atingir pessoas mais jovens. "Por isso, de modo geral, não falamos de determinismo genético, mas sim de predisposição, e isso serve para a grande maioria dos casos típicos, que ocorre de forma lentamente progressiva e após os 65 anos", completa o especialista.
Cuidados necessários
A doença ainda não tem cura e até hoje não se sabe como evitá-la ou como interromper sua progressão, porém alguns fatores podem influenciar no desenvolvimento do problema. "Cérebros mais saudáveis estão naturalmente mais protegidos, tendo uma evolução mais lenta e sintomas graves tardios. Por isso, cuidar do cérebro no decorrer da vida é uma sábia conduta protetiva, mantendo-se sempre ativo intelectualmente, além de evitar e tratar doenças que lesam o cérebro", esclarece Leandro.
Com informações da Assessoria Dr. Leandro Teles
Imagens: Shutterstock