Domingo, 24 de novembro de 2024 Login
O médico destaca que a cirurgia não envolve o intestino e evita deficiências nutricionais de minerais e de vitaminas
Foto: AMU
A cirurgia de redução de estômago - Sleeve Gástrico, é um dos métodos cirúrgicos aprovados no Brasil pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) para técnicas de cirurgia bariátrica, sendo uma alternativa para o tratamento da obesidade, com resultados bastante satisfatórios. Neste artigo, o médico gastroenterologista, Fábio Augusto de Carvalho, explica questões importantes sobre a técnica.
Técnica de redução do estômago tem excelentes resultados
A gastrectomia vertical ou Sleeve é uma técnica de redução do estômago que foi desenvolvida com o intuito de reduzir os riscos de desnutrição, comumente verificados nas técnicas tradicionais, pois melhora a qualidade alimentar dos pacientes.
Menos sofrimento e fome
Na gastrectomia vertical se reduz o estômago em até 70% do seu tamanho. O órgão fica com 150 a 200 ml, dependendo do perfil do paciente – e com a forma parecida com a de uma banana. “Nessa redução retira-se parte do fundo gástrico, região que produz o hormônio grelina, responsável pela sensação de fome. Ou seja, o apetite também diminui”, explica o médico gastroenterologista Fábio Augusto de Carvalho.
Segundo ele, nas técnicas anteriores o estômago era reduzido em cerca de 95% e ficava com capacidade aproximada de 30 ml apenas. “Até então, eram muito comum as complicações como náuseas, até mesmo com a ingestão pequena de alimentos, assim como a apresentação de quadros anêmicos, deficiência de cálcio, ferritina baixa e outros problemas nutricionais com o passar do tempo”, diz.
Estudos mostram que com esse novo procedimento os efeitos colaterais, como náuseas e vômitos, diminuem. “A cirurgia não envolve o intestino, por isso a absorção de nutrientes dos alimentos se mantém, evitando-se as deficiências nutricionais, de minerais ou de vitaminas”, conta.
Redução de 30% do excesso de peso e vida normal
Apesar de já ser realizada há alguns anos de forma discreta, somente a partir do congresso mundial de Paris, em 2009, é que ela foi apontada como uma técnica mais adequada para combater a obesidade em pacientes que precisam reduzir até 50% do excesso de peso.
Mesmo que a perda de peso não seja a ideal, a pessoa poderá chegar às suas metas com acompanhamento nutricional e atividade física. “Com a perda de peso inicial, o indivíduo fica feliz em ter uma vida normal, de poder ir a um restaurante, por exemplo. Sua autoestima é fortalecida e, gradualmente, ele muda seu estilo de vida, com menos sofrimento”, relata.
Após a operação pela técnica da gastrectomia vertical, o paciente ficará, em média, de dois a três dias no hospital. A dieta alimentar pós-cirúrgica é igual a dos demais procedimentos: durante os primeiros 10 dias, dieta líquida; do 11º ao 20º dia, dieta cremosa; do 21º ao 30º dia, alimentação pastosa; e após 30 dias, o paciente volta a comer normalmente.
Artigo publicado na 3ª edição da Revista da AMU - Associação Médica de Umuarama