Quinta-feira, 17 de abril de 2025 Login
A cantora sertaneja Naiara Azevedo, de 35 anos, conhecida nacionalmente por hits como "50 Reais", surpreendeu o público ao revelar que entrou na menopausa aos 28 anos. A declaração, feita durante entrevista ao jornalista Felipeh Campos, reacendeu o debate sobre um tema que ainda é cercado de tabus: a menopausa precoce.
Naiara, que iniciou sua carreira artística em Umuarama (PR), relatou que os primeiros sinais surgiram de forma sutil, mas incômoda. "Sentia uma queimação no pescoço, como se estivesse pegando fogo. Depois vieram a insônia, oscilação de humor, ressecamento da pele, ganho de peso e mudanças na região íntima. Fui procurar ajuda e recebi o diagnóstico: menopausa precoce", contou.
A revelação emocionou fãs e especialistas, ao mesmo tempo em que trouxe à tona uma condição que atinge uma em cada 100 mulheres antes dos 40 anos, segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS). No Brasil, estima-se que 1% das mulheres tenham menopausa antes dessa idade, quadro classificado como falência ovariana prematura.
O que é a menopausa precoce?
A menopausa precoce acontece quando os ovários deixam de funcionar antes dos 40 anos, cessando a produção dos hormônios estrogênio e progesterona. Isso causa a interrupção do ciclo menstrual e sintomas que impactam a qualidade de vida da mulher. As causas são diversas: podem ser genéticas, autoimunes, decorrentes de tratamentos como quimioterapia, ou, ainda, de origem desconhecida.
Os sintomas mais comuns incluem ondas de calor, alterações de humor, insônia, secura vaginal, perda de libido, dificuldade de concentração e risco aumentado de doenças cardiovasculares e osteoporose.
É possível prevenir?
Na maioria dos casos, a menopausa precoce não pode ser prevenida, especialmente quando tem origem genética ou autoimune. No entanto, o diagnóstico precoce e o acompanhamento médico são fundamentais para minimizar os impactos e preservar a saúde física e emocional da mulher. Terapias hormonais, quando bem indicadas, podem ser eficazes no controle dos sintomas.
A importância de quebrar o silêncio
Ao compartilhar sua história, Naiara Azevedo ajuda a dar visibilidade a uma condição que muitas mulheres enfrentam em silêncio, sentindo-se sozinhas ou culpadas pelas mudanças no corpo. A cantora reforçou a importância do acompanhamento médico e de se informar: “É preciso buscar ajuda. Hoje, estou bem, trato com responsabilidade, mas foi um susto. Não é fácil”.
Especialistas em saúde da mulher reforçam a relevância da informação. Falar sobre menopausa, inclusive a precoce, é uma forma de acolher, orientar e empoderar. O silêncio sobre o assunto muitas vezes adia o diagnóstico e o início do tratamento adequado, comprometendo a qualidade de vida das pacientes.
Naiara transformou sua experiência pessoal em um gesto de empatia coletiva. Com sua visibilidade, abriu caminho para outras mulheres identificarem os sinais, perderem o medo e se cuidarem. Como ela mesma disse: “É preciso naturalizar o que é natural. Nosso corpo fala e precisa ser ouvido.”