Segunda-feira, 25 de novembro de 2024 Login
As benzedeiras do Movimento Aprendizes da Sabedoria (Masa) irão compartilhar seus saberes tradicionais associados às plantas medicinais que integram a sociobiodiversidade da Floresta de Araucárias e território caiçara em dois momentos de diálogo e troca de experiências neste final de semana no Museu Paranaense (Mupa): oficina e roda de conversa.
O Movimento será representado por Dona Agda e Dona Evinha, residentes nos municípios de Rebouças e Irati, no Centro-Sul, e o casal curadores naturais do litoral paranaense Aparecida Camargo e Gilson Anastácio.
Os encontros com as benzedeiras integram o Programa Público do Mupa “Se Enfiasse os Pés na Terra”, que prossegue até maio. O programa traz uma série de ações artísticas, educativas e culturais nas quais o público é convidado a aproximar-se das múltiplas formas de vínculos entre seres humanos e seres vegetais.
Neste sábado (05), a partir das 15 horas, será a oficina “Plantas e modos de benzimento”. Na oficina, as benzedeiras irão manusear e demonstrar o uso de plantas medicinais na prática do benzimento que inclui a preparação de chás, banhos, pomadas, xaropes, tinturas, emplastros e garrafadas por meio de folhas, flores, sementes, cascas e raízes que fazem parte de suas práticas tradicionais de cura. Serão disponibilizadas 25 vagas e as inscrições precisam ser feitas com antecedência. Inscrições por este LINK.
No domingo (06), será realizada a roda de conversa “Trajetória e práticas de benzedeiras e curadores naturais do Paraná”. Este encontro será um momento para diálogos sobre as trajetórias e formas de relação com as plantas, norteados pelas ações de cultivo, cuidado, manejo, coleta, uso e preparo de plantas enquanto remédios e que caracterizam a identidade coletiva das benzedeiras Dona Agda e Dona Evinha.
Já o casal de curadores naturais do litoral paranaense, Aparecida Camargo e Gilson Anastácio, compartilha suas experiências de manutenção da saúde e cuidado com as plantas e a natureza. Eles falarão também sobre o feitio do “Margoso”, garrafada preparada tradicionalmente na Sexta-Feira Santa, e sobre o Gervão. A mediação será feita pelos pesquisadores Taísa Lewitzki e Zé Muniz.
A roda de conversa ocorrerá no jardim do Mupa e não é necessário inscrever-se previamente. A liberação dos lugares será a partir de 14h45, por ordem de chegada, até completar a capacidade do local.
Acesse a programação completa do Programa Público neste SITE.
DONA AGDA – Benzedeira, remediera e agricultora do município de Rebouças, é especialista no manuseio de plantas medicinais, ofício que aprendeu com o seu pai e ampliou ao longo da sua trajetória por meio do intercâmbio de conhecimentos tradicionais com outras benzedeiras.
DONA EVINHA – Dona Evinha é benzedeira e agricultora agroecologista, reside na comunidade rural de Pirapó no município de Irati. Conhecedora das plantas que são remédio e alimento, defende a proteção das plantas contra a contaminação de agrotóxicos.
GILSON CRESPO ANASTÁCIO E APARECIDA CAMARGO – Gilson é natural de Abatiá, no Paraná, mora em Guaraqueçaba desde 1979. Dedicando-se a manter modos de vida simples, inserindo-se na vida comunitária e aprendendo os modos e as formas de cuidados com a saúde de forma natural. As pessoas na comunidade confiam e procuram o “Barbudo” para resolver alguns dos muitos problemas de saúde. Seja porque no posto não tem o tratamento, ou porque confiam nos tratamentos a partir da natureza.
Aparecida é nascida e criada no Norte do Estado, e reside atualmente em Guaraqueçaba. Envolvida com a natureza e formas de cuidados com a saúde desde criança, aprendeu com a mãe, a avó e outras pessoas ligadas à família a tratar as doenças com plantas. É agente comunitária de saúde, e na função atua contando com a ajuda dos conhecimentos de Gilson sobre plantas e tratamentos naturais para as dores do corpo e da alma.
Programa Público “Se eu enfiasse meus pés na Terra” – BENZEDEIRAS
05 FEV - 15h às 18h - Oficina
Plantas e modos de benzimento
06 FEV - 10h - Roda de Conversa
Trajetória e práticas de benzedeiras e curadores naturais do Paraná
Local: Museu Paranaense - Rua Kellers, 285, bairro São Francisco – Curitiba
Entrada gratuita
Fonte: AEN
Fotos: AEN/Divulgação