Sexta-feira, 22 de novembro de 2024 Login
Essa pergunta não pode ser respondida com um simples sim ou não. As mulheres têm certa umidade na região vaginal, além da lubrificação natural que facilita o ato sexual, mas é necessário avaliar, caso a caso, para identificar a secreção normal e a que pode ser indicativo de infecções, desequilíbrio da flora bacteriana ou outras complicações vaginais.
O médico ginecologista, Dr. Carlos Lisboa (CRM 16.265), fala diretamente sobre o assunto. Segundo ele, o 'corrimento', como é popularmente conhecido, pode se apresentar de várias formas. “A secreção vaginal natural é transparente ou branca, não têm cheiro e não provoca sintomas como coceiras e ardência”, explica o especialista.
É comum a ocorrência de corrimento no período de ovulação e menstruação. “No caso da ovulação, o corrimento tem aspecto gelatinoso, semelhante à clara de ovo. No período pré-menstrual, a secreção pode ser mais esbranquiçada”, exemplifica o médico, destacando ainda que o corrimento pode ocorrer após a relação sexual e na gravidez.
Infecções vaginais
Já a secreção indicativa de infecções vaginais pode variar de cor, consistência, odor e quantidade. “O surgimento de corrimento com consistência encorpada, de cor cinza, verde, amarelo ou marrom, com volume maior e cheiro ruim, semelhante ao cheiro de peixe, podem ser sinais de problemas que vão desde um desiquilíbrio hormonal, infecções, doenças sexualmente transmissíveis (DST) até câncer no colo do útero", diz.
O corrimento pode ainda ser consequência de alguns fatores, como: má higiene íntima; uso de contraceptivos hormonais; atividade sexual sem proteção; uso de antibióticos ou esteroides; menarca (início da menstruação), menopausa (fim da menstruação); gravidez; diabetes, entre outros.
Tratamento
Quanto ao tratamento, o especialista diz que pode variar de acordo com a causa. "Só o médico pode avaliar e diagnosticar prováveis distúrbios ou doenças. Por isso, logo que surgirem os primeiros sinais de corrimento, é fundamental o acompanhamento de um ginecologista", afirma. Os tratamentos podem ser feitos através de aplicação de pomadas ginecológicas, medicamentos de uso oral e até procedimentos cirúrgicos, dependendo do caso.
Descuido
Uma pesquisa da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo), de 2019, aponta que pelo menos 5,6 milhões de brasileiras não costumam ir ao ginecologista-obstetra frequentemente. Cerca de 4 milhões nunca procuraram atendimento com um profissional da área e outras 16,2 milhões não passam por nenhuma consulta há mais de um ano.
“A automedicação pode camuflar o verdadeiro problema, e agravar quadros que poderiam ser tratados com simplicidade, com a ajuda médica”, alerta o Dr. Carlos Lisboa. A recomendação do especialista é que toda mulher tenha acompanhamento ginecológico pelo menos uma vez por ano, a partir do início da puberdade.
Fique atenta aos sintomas a seguir:
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