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Para Dr. Francisco, realizar exames preventivos é um compromisso permanente, não somente durante as campanhas

“Câncer não respeita data nem cor do mês. É preciso se prevenir, mesmo na Pandemia”, alerta oncologista

Publicado em 31/03/2021 às 17:15

Em entrevista para a Campanha Março Lilás - Mês de Prevenção ao Câncer de Colo do Útero – Informação de qualidade pra você!”, realizada pela Associação Médica de Umuarama (AMU) em parceria com a Comissão da Mulher Advogada de Umuarama (CMA)/OAB Umuarama, o médico oncologista Dr. Francisco Fernandes (CRM-PR 25678), faz um alerta importante. 
“O câncer não respeita data nem cor do mês, por isso, é importante que as pacientes não deixem de fazer seu acompanhamento, mesmo nessa Pandemia. O câncer de colo do útero é um dos tumores mais preveníveis, diagnosticáveis e tratáveis na fase inicial”, disse o médico. 
Para ele, realizar exames preventivos anualmente é um compromisso permanente com a própria saúde, não somente durante as campanhas mensais. Para aquelas mulheres que já tem diagnóstico de HPV ou de Câncer de Colo do Útero, a recomendação do especialista é não parar o tratamento e realizar o acompanhamento médico, conforme prescrito pelo profissional que acompanha o caso. 
Acompanhe a seguir as respostas do Dr. Francisco Fernandes às dúvidas enviadas através das redes sociais da AMU e veículos de comunicação parceiros da Campanha Março Lilás. Confira:    

- Se a mulher estiver grávida e desenvolver o câncer, como proceder?
Dr. Francisco - Já tivemos pacientes assim e tudo depende do estágio em que será diagnosticado o câncer. Se o diagnóstico for feito logo no começo, é possível realizar um tratamento local, com a ressecção cirúrgica. Em tumores maiores, que já infiltraram o colo do útero, se a paciente ainda quiser manter a gestação, nós optamos por fazer a ressecção daquela região – traquelectomia – onde é retirado o colo do útero inteiro, e é feito uma emenda do útero na vagina. É possível que a paciente preserve a gestação, mas existe o risco de uma Incompetência istmo-cervical – dilatação antes do fim da gravidez, levando ao trabalho de parto prematuro.

- Existe risco do HPV passar para criança?
Dr. Francisco - Não existe esse risco. A placenta é um filtro natural que protege o feto, é como se ele estivesse em um santuário, mesmo em casos de quimio e radioterapia. Alguns tipos de quimioterápicos no 2º trimestre da gestação podem apresentar alteração no desenvolvimento fetal.  

- Por que a prevenção é importante? 

Dr. Francisco - O câncer não respeita data nem cor do mês, por isso, é importante que as pacientes não deixem de fazer seu acompanhamento, mesmo nessa pandemia. O câncer de colo do útero é um dos tumores mais preveníveis, diagnosticáveis e tratáveis na fase inicial. 

- Preciso usar camisinha toda vez mesmo tendo um parceiro só?
Dr. Francisco – o câncer de colo do útero se desenvolve a partir do vírus HPV, que é transmitido através de relações sexuais não protegidas. O fator de risco para o câncer são mulheres com múltiplos parceiros. A pessoa que tem um parceiro, precisa realizar exames regulares para garantir que não foi infectada com o vírus, e nos homens vale lembrar que na maior parte dos casos, o vírus é assintomático, por isso, é importante que os dois façam exames. 

- O ectrópio pode virar câncer?
Dr. Francisco - Não. O ectrópio é quando a parte interna, ou seja, o canal cervical do útero, começa a aparecer mais na parte externa do colo do útero. Pessoas mais jovens costumam ter, e após a menopausa essa alteração desaparece. Esse tipo de alteração no útero é benigno e não tem relação com o câncer de colo do útero. 

- A endometriose pode virar um câncer?
Dr. Francisco – Não, a doença não é um fator de risco para desenvolvimento de um câncer.  
O médico oncologista finalizou ressaltando sua preocupação com o número de casos de câncer pós pandemia, e sobre a importância da vacinação contra o HPV. “Mesmo sendo um câncer com grande chance de cura se diagnosticado na fase inicial, ultimamente os casos que chegam para mim são os mais avançados. Temo que após a pandemia, tenhamos uma epidemia de casos de câncer, pois muitas pessoas pararam com as consultas. Vale lembrar também aos pais que vacinem seus filhos. A vacinação de crianças e adolescentes até os 14 anos, contra o HPV, continua sendo uma das principais prevenções”. 

 

Rosi Rodrigues e Lois Longui
Jornalistas
ASSOCIAÇÃO MÉDICA DE UMUARAMA

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