Sábado, 23 de novembro de 2024 Login
As mulheres estão liderando o ranking de obesidade no Brasil. Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) 26% da população brasileira é obesa, e desse montante, 30% são mulheres. Uma em cada quatro mulheres acima dos 20 anos tem obesidade.
“A obesidade é uma pandemia”, afirmou o presidente da Associação Médica de Umuarama (AMU), o médico cirurgião bariátrico, Dr. Fábio Carvalho, durante participação na live: “Obesidade e Saúde da Mulher”, promovida pela OAB Umuarama, Campo Mourão e Palotina, e pela Comissão da Mulher Advogada – Subseção Umuarama, em alusão a Março, Mês da Mulher.
O conselho do especialista é a prevenção da obesidade. “A obesidade, mesmo em estágios mais avançados, pode ser tratada e curada. É uma doença que preocupa as autoridades de saúde e especialistas de todas as áreas. O ideal é prevenir ou tratar precocemente. Não deixe para depois, se sentir que seu peso está saindo do controle, procure orientação profissional.”, recomendou.
Nesta reportagem, destacamos algumas perguntas respondidas pelo médico durante a Live da OAB/CMA e enviadas pelas redes sociais. Em sua participação, o Dr. Fábio reforçou que obesidade é uma doença crônica, que está ligada a 74% dos óbitos no Brasil. “A pessoa obesa, fica vulnerável a outras doenças e o corpo acaba se transformando em uma bomba relógio”.
Confira:
Obesas têm dificuldade para engravidar?
Dr. Fábio: Sim. Os hormônios relacionados a fertilidade da mulher são derivados do metabolismo de gordura do corpo. Só 30% das mulheres obesas que tentam fertilização conseguem engravidar. É uma gestação de risco, tanto para mãe quanto para o feto. Ao engravidar, o organismo mulher precisará de tudo em dobro, desde alimentação até bombear sangue. Essas mulheres também correm o risco de desenvolver diabetes gestacional, hipertensão, complicações no parto que possam levar a uma cesárea prematura e desnecessária. Já o feto pode ter má formação, nascer acima do peso e as chances de no futuro ser obeso, são altas.
É normal mulher obesa não menstruar?
O sobrepeso e a obesidade agem diretamente sobre o sistema endócrino feminino. As adipocinas são moléculas produzidas pelas células adiposas e sua produção varia de acordo com a quantidade de gordura feminina. O aumento da produção dessas moléculas pelas células de gordura afetam o eixo hipotálamo-hipófise-ovariano, levando a irregularidade menstrual e dificuldade de engravidar. Dentre as causas de infertilidade estão a anovulação (não apresenta ovulação) e alterações no recrutamento e maturação dos oócitos. Esse aumento de gordura corporal também diminui a quantidade de proteínas carregadoras de hormônios masculinos, levando ao hiperandrogenismo. Por isso, mulheres que passam pelo processo de emagrecimento aumentam em grande escala sua fertilidade.
Menopausa: A obesidade também implica na menopausa. Nesse período as mulheres perdem muita massa muscular, o que em mulheres obesas pode desenvolver osteoporose.
Obesidade atinge o sistema cardiovascular?
As doenças que mais matam no mundo são as cardiovasculares. Hipertensão, entupimento das artérias, insuficiência cardíaca, embolia pulmonar, acidente vascular cerebral, são algumas doenças relacionadas diretamente a obesidade. Pode parecer que não, mas pequenas perdas de peso já reduzem as chances dessas e outras complicações que podem levar a morte.
Foto: Divulgação
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Rosi Rodrigues e Lois Longui
Jornalistas
Assessoria de Imprensa
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