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Os hábitos alimentares e o sedentarismo são os maiores responsáveis pela obesidade entre os jovens.

Foto: Divulgação

Obesidade entre os jovens dobra em uma década e preocupa especialistas

Publicado em 08/09/2017 às 12:06

Uma pesquisa divulgada na última semana pelo Ministério da Saúde* revelou um quadro alarmante sobre a saúde dos jovens brasileiros.  A obesidade quase dobrou na faixa etária entre 18 a 24 anos, em apenas uma década (2006-2016), passando de 4,4% para 8,5%.

“Esta pesquisa demonstra em números o que vivenciamos todos os dias no consultório. A obesidade entre os jovens é resultado de uma alimentação desregrada, rica em gorduras e açucares e do sedentarismo, que aumentou com a maior oferta de computadores e celulares no lugar de práticas como jogar bola, andar de bicicleta ou simplesmente brincar ao ar livre”, disse o médico gastroenterologista e cirurgião bariátrico, Dr. Fábio de Carvalho ao Movimento Saúde. 

Há quase 2 bilhões de pessoas acima do peso em todo o mundo. Perto de 60% da população da América Latina está nessa condição.

“A obesidade não é apenas uma questão individual. Está relacionada a cultura social e familiar da pessoa”, diz o médico.

Para ele, esse é o resultado dos hábitos que as famílias foram desenvolvendo nos últimos anos. A oferta de alimentos ultra processados, como os perigosos biscoitos recheados, um alimento ultracalórico e quase sem nutrientes, fast foods e refrigerantes está estreitamente relacionada com o aumento da obesidade, não só entre os jovens, de toda a população.

Cirurgia bariátrica em jovens

Segundo o Dr. Fábio de Carvalho, em qualquer idade, a cirurgia bariátrica é recomendada somente depois que todas as tentativas de emagrecer com dieta e exercícios falharam.

O processo de acompanhamento com nutricionistas e psicólogos ocorre antes e depois da cirurgia. “É necessário que haja mudanças de hábitos e comportamentos para alcançar os resultados desejados com a cirurgia”, destacou o cirurgião.

* Pesquisa de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel 2016), do Ministério da Saúde 

Dr. Fábio de Carvalho - CRM: 17207

Especialista em Cirurgia do Aparelho Digestivo

Formado em Medicina pela Universidade Federal do Paraná. | 1998

Especialização em General Surgical And Trauma Surgery pela Wayne State University, nos Estados Unidos. | 1998

Residência Médica em Cirurgia Geral e Cirurgia do Aparelho Digestivo no Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná. | 1999 - 2002

Especialização em Cirurgia Geral pelo Colégio Brasileiro de Cirurgiões. | 2002

Especialização em Cirurgia, no Centre de Lutte Contre Le Câncer na Université de Montpellier, na França. | 2004

Especialização em Cirurgia Laparoscópica pelo Centre Hospitalier Universitaire de Liege, na Bélgica. | 2004

Título de área de Atuação em Nutrição Parenteral e Enteral pela Sociedade Brasileira de Nutrição Parenteral e Enteral. | 2005

Mestrado em Clínica Cirúrgica pela Universidade Federal do Paraná. | 2008

Membro Titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica. | 2014

Membro Titular do Colégio Brasileiro de Cirurgiões. | 2008

10 DOENÇAS RELACIONADAS A OBESIDADE*

Pressão alta: A hipertensão arterial é a causa primária de morte na população norte americana acima de 25 anos. Milhões de pessoas sofrem deste mal, que também é um fator de risco para doenças do coração. Para você ter uma idéia da magnitude do problema, dados da OMS indicam que 1 em cada 3 adultos no mundo tem pressão alta, e essa condição causa metade das mortes por derrames e doenças cardíacas. A pressão arterial tende a aumentar com o ganho de peso e a idade.  Quem está acima do peso e tem pressão alta, com uma perda de peso em torno de 4 quilos, pode surpreender-se com o retorno da pressão arterial a níveis seguros.Alimentação descontrolada e sedentarismo aumentam o risco de obesidade

Diabetes: A obesidade é considerada como um dos fatores mais significativos para o desenvolvimento de resistência à insulina, que acaba levando ao diabetes do tipo 2. De acordo com a OMS, mais de 90% dos diabéticos no mundo tem esse tipo da doença. Estar acima do peso ou obeso contribui para o diabetes por tornar as células mais resistentes aos efeitos da insulina. Uma perda de peso de 7 a 9 quilos ajuda muito a diminuir este risco.

Doenças do coração: Obesidade é um fator importante de risco para desenvolvimento de doença coronariana, que pode levar a um ataque cardíaco. Quem está acima do peso tem risco aumentado de sofrer um ataque cardíaco antes dos 45 anos. Adolescentes obesos têm uma chance maior de ter um ataque cardíaco antes dos 35 anos do que adolescentes não obesos. Assim como no caso do diabetes, perder 7 a 9 quilos ajuda a reduzir o risco de doenças do coração. E exercitar-se regularmente reduz ainda mais este risco.

Colesterol elevado: É uma das principais causas de ataques cardíacos. O tipo de colesterol que está envolvido no aumento deste risco é o LDL. Quando seus níveis aumentam, o risco de doenças coronarianas sobe 20%. E, novamente, perder peso ajuda a jogar estes níveis de LDL para baixo.

Câncer: Estar acima do peso aumenta as chances de desenvolver inúmeros tipos de câncer em 50%. Mulheres obesas, por exemplo, têm risco aumentado de câncer de endométrio.

Infertilidade: Estar obeso pode causar mudanças nos níveis hormonais das mulheres, que podem resultar em insuficiência ovariana. Mulheres acima do peso estão em risco mais elevado de ter problemas de infertidade, assim como câncer de ovário. Nosso organismo deve estar em um peso adequado para produzir a quantidade certa de hormônios e regular a ovulação e menstruação.Para se ter uma idéia, veja as conclusões deste estudo: Um índice de massa corporal elevado tem associação com subfertilidade ovulatória e infertilidade anovulatória; Mulheres acima do peso e obesas têm resultados piores quando submetidas a tratamentos de fertilidade, inclusive respondem de forma ruim à indução ovulatória com clomifeno e precisam de doses maiores de gonadrotrofinas para a indução da ovulação e superovulação;  o estímulo ovariano para a reprodução assistida produz menos folículos, resultando no desenvolvimento de menos óvulos; as taxas de fertilização são menores e a qualidade do embrião é pior em mulheres obesas, mesmo jovens;  em alguns estudos, as taxas de gravidez são menores e há um risco aumentado de aborto espontâneo precoce. e finalmente, a perda de peso regulariza os ciclos menstruais e aumenta a chance de ovulação espontânea e concepção, em mulheres previamente com sobrepeso ou obesas que eram anovulatórias.E não pense que homens são imunes à infertilidade, pois homens obesos têm chance maior de desenvolver problemas de mobilidade e baixa contagem espermática.

Dor lombar: A obesidade é um dos fatores que mais contribuem para dores lombares e articulares. O peso excessivo pode causar lesões nas partes mais vulneráveis da coluna, que carregam o peso corporal. Quando essas partes precisam sustentar o peso excessivo, as chances de ter uma lesão espinhal ou dano estrutural aumentam. Estar acima do peso também aumenta o risco de desenvolver osteoporose, dor lombar, artrite e osteoartrose.

Infecções de pele: Obesos e indivíduos acima do peso podem ter dobras na pele. Essas dobras podem ficar irritadas pelo atrito e suor, o que em última análise leva a infecções de pele.

Úlceras: De acordo com estudo do National Institute of Health (NIH), a obesidade pode ser um fator contribuinte para o desenvolvimento de úlceras gástricas. Estas ocorrem quando existe um desequilíbrio no estômago, com predomínio do conteúdo ácido secretado. O risco é maior no caso dos homens.

Pedras na vesícula biliar: Estar muito acima do peso aumenta o risco de desenvolver pedras na vesícula, especialmente nas mulheres. Elas ocorrem quando o fígado elimina uma quantidade elevada de bile, a qual é armazenada na vesícula biliar. A bile tem a função de ajudar a dissolver as gorduras, e uma dieta rica em gorduras aumenta a sua produção. As pedras na vesícula são mais comuns em mulheres mais velhas, e com história familiar da doença.

 

 

*Fonte: Comer e Emagrecer.

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