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Determinados fatores fazem com que seja revista a forma de preparo dos alimentos

Conheça os fatores que influenciam a alimentação de pessoas com mais de 60 anos

Publicado em 11/11/2017 às 12:28

Se você tem mais de 60 anos ou mais ou convive com pessoas nessa faixa etária, é importante rever a maneira de preparo dos alimentos para o dia a dia. A alimentação dos idosos é influenciada por três fatores: perda dentária, alteração nas papilas gustativas e diferenciação na absorção dos nutrientes necessários para uma vida saudável.

"Geralmente quando falamos de nutrição, o idoso é esquecido e muitos acreditam que ele responde ao cardápio e absorve os nutrientes normalmente como um adulto de meia idade. Mas as coisas não funcionam dessa forma e tantos os idosos quanto quem cuida deles precisam ser informados", alerta a nutricionista Adriana Pederneiras, doutora em Ciência da Saúde e Gerontologia.

Saiba mais detalhes sobre as mudanças que podem influenciar a alimentação das pessoas com mais de 60 anos:

Alteração dentária 

“A mudança bucal influencia muito, como a perda de dentes, por exemplo. Uma refeição mais consistente pode se tornar complicada. Muitos idosos têm anemia porque nessa altura da vida se perde bastante o fator que produz a Vitamina B12 (encontrado especialmente em alimentos de origem animal, como peixes, carnes, ovos, queijo e leite). As pessoas acreditam que a anemia em um idoso ocorre por falta do ferro, mas a terceira idade precisa muito desse tipo de alimento para não ter deficiência dessa vitamina”, aponta a nutricionista. 

Paladar

A mudança no paladar pode levar ao exagero de sal e açúcar. “O idoso muitas vezes acha a comida insossa ou menos doce e pede para adicionar mais sal e açúcar. É preciso ter cuidado porque isso acontece devido à perda de parte da capacidade das papilas gustativas. Vale lembrar também aos familiares e cuidadores que é preciso ter paciência, pois se trata de uma condição que o adulto de meia idade muitas vezes desconhece. Ele precisa se inteirar sobre o assunto e transmitir essa informação”, conta Pederneiras. “Quando houver a demanda por mais sal, por exemplo, o ideal é fazer uso de temperos naturais, que ajudam a saborizar a refeição”, acrescenta.

Absorção de nutrientes

A absorção de nutrientes e desidratação são outros fatores complicados na terceira idade. “O idoso, na maioria dos casos, perde a sede. Muitas vezes temos até que prescrever água, pois ele só a bebe na hora de tomar o remédio. Eles desidratam muito rápido e é preciso tomar cuidado. E como a absorção de nutrientes é menor nesta fase da vida, é necessário que o idoso coma mais vezes ao dia, em menores porções. Outra necessidade é o banho de sol. As pessoas acreditam que só bebês precisam dele, mas o idoso precisa do sol para absorver melhor o cálcio, por exemplo”, conclui a nutricionista. 

Saiba mais:

O Ministério da Saúde lançou, no mês de novembro de 2017, a Estratégia Nacional para o Envelhecimento Saudável, que traz pela primeira vez orientações aos profissionais de saúde e gestores para aumentar a qualidade de vida dessa população, que vai representar cerca de 20% dos brasileiros em 2030. Com as novas medidas, o atendimento deve priorizar avaliação funcional e psicossocial, além dos dados clínicos. O objetivo é reduzir a perda da autonomia, aumentar o desempenho cognitivo e a sobrevida desses pacientes.

O Brasil possui a quinta maior população idosa do mundo, com cerca de 29,3 milhões de pessoas com 60 anos ou mais. Desse total, 69,9% são independentes para o autocuidado e 30,1% têm alguma dificuldade para realizar atividades da vida diária, segundo estudo de 2017 (Lima-Costa, MF et al, com base em dados da Pesquisa Nacional de Saúde 2013).

Dessa parcela, 17,3% tem muita dificuldade com atividades instrumentais, que são aquelas diárias, como preparar alimentos, cuidar da casa, se deslocar; e outros 6,8% apresentam dificuldades com atividades básicas, como vestir-se e alimentar-se. Preocupa também o avanço das doenças crônicas nessa população. Atualmente, entre os idosos de 60 a 69 anos, 25,1% tem diabetes, 57,1% foram diagnosticados com hipertensão, além de a maioria estar com excesso de peso (63,5%) e 23,1% com obesidade.

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