6 de maio de 2019 – No marco da 5º Semana Mundial das Nações Unidas pela Segurança no Trânsito (6 a 12 de maio de 2019), milhares de defensores da segurança viária no mundo estão destacando a necessidade de uma liderança mais efetiva nesse tema. Líderes fortes – tanto governamentais quanto não-governamentais – são aqueles que se manifestam sobre a segurança no trânsito e atuam sobre as intervenções concretas que comprovadamente salvam vidas.
“A visão da OMS é um mundo livre de mortes e lesões no trânsito”, observa o diretor-geral da Organização Mundial da Saúde, Tedros Adhanom Ghebreyesus. “Também é um mundo no qual todas as pessoas se beneficiam da cobertura universal de saúde, incluindo atendimento ao trauma, reabilitação e apoio psicológico às vítimas do trânsito. Nesta semana e em todas as semanas, faça a sua parte em tornar as vias seguras para todos. Uma via mais segura para os outros é uma via mais segura para você”.
Apesar do progresso, as mortes no trânsito continuam aumentando, com 1,35 milhão de mortes anuais. As lesões causadas pelo trânsito são hoje as principais causas de morte de crianças e jovens entre 5 e 29 anos. No mundo, de todas as mortes no trânsito, pedestres e ciclistas respondem por 26% e motociclistas e passageiros, por 28%. O risco de morte no trânsito continua a ser três vezes maior nos países de baixa renda do que nos países de alta renda, com taxas mais altas na África (26,6 por 100.000 habitantes) e menores na Europa (9,3 por 100.000 habitantes).
“Mortes e lesões no trânsito são um preço inaceitável a pagar pela mobilidade”, observa o diretor do Departamento de Controle de Doenças Não Transmissíveis, Deficiências, Violência e Prevenção de Lesões da OMS, Etienne Krug. “Não há desculpa para inação. Este é um problema com soluções comprovadas. Os governos e seus parceiros devem demonstrar liderança e acelerar ações para salvar vidas, implementando o que funciona”.
Nos locais onde houve progresso, teve papel decisivo a liderança forte em torno da legislação sobre os principais fatores de risco, como excesso de velocidade; beber e dirigir; não usar cintos de segurança, capacetes para motociclistas e sistemas de retenção para crianças (cadeirinhas infantis); infraestrutura mais segura, como calçadas e pistas exclusivas para ciclistas e motociclistas; melhores padrões para veículos, como os que exigem controle eletrônico de estabilidade e frenagem avançada; e aprimoramento de cuidados de saúde pós-colisão.
Entre centenas de outros eventos planejados para a semana de segurança no trânsito estão:
a avaliação das viagens e geração de demandas concretas de formuladores de políticas em mais de 50 países – do Brasil à Mongólia e da Nigéria ao Paquistão – por exemplo, apelos à melhoria das travessias de pedestres em Trinidad e Tobago; redução dos limites de velocidade na Eslovênia; aumento do uso de cintos de segurança no Cazaquistão e de sistemas de retenção para crianças no Chile; melhoria dos cuidados de saúde pós-colisão ao se determinar que os carros deem lugar às ambulâncias na Índia e cobertura dos custos do tratamento para as vítimas das vias em Ruanda por meio de uma cooperativa para assistência à saúde; e melhoria da lei e da aplicação da lei em geral.
advocacy por vias seguras para crianças em muitos países, com a instalação de placas de limite de velocidade nas escolas da Argentina, Senegal e Tunísia, promoção de capacetes para crianças em motos na Malásia e treinamento de atendentes de ônibus escolar no Nepal;
mostrar líderes de segurança viária em países como Jordânia, Líbano e Filipinas;
sediar fóruns políticos globais ou nacionais, como a Mesa Redonda Internacional “Segurança Viária e os ODS – Qual o objetivo para 2030?” no Reino Unido, bem como debates parlamentares como o ocorrido na Tanzânia; e
lançamento de novas iniciativas globais, como a Commonwealth Road Safety Initiative (iniciativa para melhoria da segurança no trânsito) e o primeiro Global Fleet Champions Awards (iniciativa que celebra boas práticas em mobilidade segura e saudável).
Para demonstrar sua liderança em segurança no trânsito, a OMS desenvolveu uma abrangente “Política de Gestão de Segurança Viária e de Veículos”. A política visa assegurar que os veículos da OMS sejam operados com segurança para reduzir o risco de acidentes de trânsito e que sua frota seja manejada profissionalmente. A política aborda questões como o comportamento da equipe e dos motoristas da OMS nas estradas, garantindo que usem cintos de segurança e evitem excesso de velocidade, álcool e direção.
A política introduz o treinamento de motoristas – inclusive em primeiros socorros – e a padronização do sistema de relatórios de acidentes de trânsito. Entre muitas outras iniciativas planejadas durante a semana de segurança no trânsito, os escritórios da OMS realizarão várias atividades para apoiar a implementação da política.
A liderança para a segurança no trânsito é um componente-chave dos esforços em nível nacional e local e será um tema importante durante a 3ª Conferência Ministerial Global sobre Segurança no Trânsito – a ser organizada pelo governo da Suécia, em Estocolmo, entre os dias 19 e 20 de fevereiro de 2020. Delegados de todo o mundo (de setores como transporte, saúde, interiores e outros) analisarão o progresso na Década de Ação pela Segurança no Trânsito 2011-2020 e definirão as medidas urgentes necessárias para acelerar as ações direcionadas ao alcance das metas de segurança no trânsito, incluindo as 12 metas de desempenho global recém-estabelecidas.
Fonte: OPAS/OMS BRASIL