Domingo, 24 de novembro de 2024 Login
Há várias formas de preconceito, entre elas a própria negação da doença como algo menor ou passageiro.
Foto: Divulgação
No aeroporto JFK, em Nova York, no começo de 2012, os viajantes encontravam uma enorme propaganda com a mensagem: “Relaxa, vai passar, isso é temporário… Se você não diz isso sobre câncer, também não diga sobre depressão”. A ironia desconcertante da publicidade reflete muito da imagem que alguns transtornos mentais ainda recebem por parte da sociedade: para alguns, um destempero; para outros, uma fraqueza.
Mas a depressão é um transtorno mental dos mais graves e incapacitantes. Dentre as dez principais causas de afastamento do trabalho em todo o mundo, cinco são decorrências de transtornos mentais. A depressão aparece em primeiro lugar. Para 46 milhões de brasileiros, segundo dados do Ministério da Saúde, a depressão é uma realidade: 20% a 25% da população já tiveram ou têm depressão ao longo da vida.
A incapacitação profissional, a falta de interesse e de motivação para participar de atividades sociais rotineiras e de ter prazer nas coisas de que gostam e com as pessoas que amam transformam dramaticamente o cotidiano dessas pessoas e trazem consequências devastadoras que dificultam a reinserção social dos que tentam se recuperar de um episódio de depressão.
Paradoxalmente, ao mesmo tempo em que a depressão e os demais transtornos mentais atingem a muitos brasileiros, o preconceito em torno deles é crescente na sociedade. Já é hora de combater essa discriminação, como atualmente já se faz com os homossexuais, os negros e as mulheres. A expressão psicofobia expressa justamente o nefasto preconceito contra os doentes mentais e os portadores de deficiência. Se não se deve debochar ou subestimar de doenças como o câncer, também não há razão para as doenças mentais não serem encaradas com a seriedade que elas pedem e seus portadores exigem.
Há várias formas de preconceito, entre elas a própria negação da doença como algo menor ou passageiro.
Em pleno 2012, idéias preconceituosas devem ser combatidas com ainda mais veemência. É chegada a hora de a sociedade olhar com maturidade e respeito para os portadores de transtornos mentais. Psicofobia é crime.
Fonte: www.janeirobranco.com.br
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