Quinta-feira, 21 de novembro de 2024 Login
O mês de abril é dedicado à saúde e segurança do trabalhador e, em 2022 ganhou foco na atenção à saúde mental no ambiente de trabalho. As doenças psicológicas tem afetado cada vez mais trabalhadores e está entre as maiores causas de afastamento do trabalho em todo o mundo, com prejuízos físicos e emocionais ao trabalhador e de produtividade e financeiros a empresas.
“As doenças de ordem psicológica causadas pelo ambiente de trabalho insalubre e situações de estresse são as chamadas doenças ocupacionais psicossociais. “Elas costumam ter um desenvolvimento lento e silencioso, podendo levar meses ou anos para se tornarem evidentes”, explica a psicóloga e professora, Gisele Texdorf Martins (CRP 08/10329), especialista em Saúde Mental entre outras formações. Segundo ela, essa condição não se desenvolve de um momento para o outro pois envolve diversos fatores como a cultura da empresa, estilo de personalidade do funcionário, estilos de liderança entre muitos outros fatores que podem ser prejudiciais e pode ser prevenida com o trabalho conjunto de patrões e empregados.
Todos os trabalhadores dedicam uma grande parte do seu dia ao ofício. Portanto, “o ambiente organizacional no qual eles estão inseridos, assim como a relação que eles mantêm com seus colegas e gestores, têm uma grande influência na sua qualidade de vida e no seu convívio social”, salienta.
Gisele faz um alerta aos empregadores. “A condições de trabalho às quais o seu colaborador é exposto, assim como o ambiente da sua organização, podem afetar a sua saúde física e psicológica. O desequilíbrio entre as demandas e a capacidade do seu trabalhador, insegurança, erros de gestão ou ambiente de alta competitividade, por exemplo, podem gerar estresse contínuo para os funcionários da sua empresa”.
Esse estresse constante pode fazer com que o organismo do colaborador esteja em constante alerta, desencadeando uma série de reações de ordem biológica e psicológica que levam ao adoecimento. “Nesse sentido, patrões e empregados, líderes e equipes podem trabalhar juntos para criar um ambiente coorporativo mais saudável para todos”, recomenda.
A psicóloga recomenda que todas as empresas, independente do porte e da quantidade de colaboradores realize a pesquisa de “Clima Organizacional”, que avalia a qualidade ou propriedade do ambiente organizacional, que é percebida ou experimentada pelos membros da organização e influencia o seu comportamento.
“A Pesquisa de Clima não deve ser meramente para cumprir uma ordem do RH, mas para os líderes e colaboradores juntos observarem o que precisa ser melhorado, mudado e investir em Treinamentos e em alguns casos encaminhar para profissionais de Saúde como Médicos, Psicólogos, etc.
O clima pode ser bom, prejudicado ou ruim.
BOM: predomina atitudes positivas, confiança, entusiasmo, alegria, engajamento, participação, motivação, comprometimento, entre outros.
PREJUDICADO OU RUIM: predomina sentimentos de tensão, atitudes de discórdia, rivalidades, animosidades, conflitos, desinteresses pelo cumprimento da tarefa, resistência manifesta ou passiva às ordens, ruim nas comunicações.
“Investir dede o recrutamento, treinamentos entre outras atividades melhoram o Clima Organizacional é uma forma de Investir em Saúde Mental e prevenção de doenças físicas e emocionais no ambiente de trabalho”, recomenda a especialista.
SINAIS DE ALERTA
Um ambiente de trabalho hostil pode provocar danos à saúde física e mental do trabalhador. A especialista alerta para alguns sintomas, visto que a Sindrome de Burnout também conhecida como Síndrome do Esgotamento Profissional, passou a ser reconhecida como doença ocupacional a partir de Janeiro de 2022 com a publicação da nova edição do Código Internacional de Doenças o CID11. É caracterizada por três dimensões:
• sentimentos de exaustão ou esgotamento de energia;
• aumento do distanciamento mental do próprio trabalho, ou sentimentos de negativismo ou cinismo relacionados ao próprio trabalho; e
• redução da eficácia profissional.
Por que isso acontece?
A síndrome de burnout é resultado de um estresse crônico, resultado de diversas situações que vão desde falta de organização da empresa em contratar o perfil adequado para cargo, fornecer treinamentos, falta de valorização do qual o empregado não vê perspectiva de crescimento, problemas de relacionamento interpessoal e por fim as próprias características individuais do trabalhador, por falta de organização ou altíssimos níveis de autocobrança, entre outros fatores, lembrando sempre que não são causas únicas mas uma sucessão de fatores negativos que se relacionam e trazem não só risco para esta síndrome mas o desencadeamento ou potencialização de outros transtornos mentais como a depressão e transtornos de Ansiedade, entre outros.
O que fazer?
1- Procure um médico, para avaliar do que realmente se trata.
2- Procure um Psicólogo, pois o autoconhecimento será fundamental, aprender a lidar com o estresse e o real sentido que o trabalho tem para sua vida.
3- Procure modificar hábitos de saúde física e mental.
Gisele Texdorf Martins – CRP 08/10329
Psicóloga e Pedagoga
Tanatóloga (Terapia do Luto)
Especialista em Saúde Mental
Especialista em Psicologia da Saúde e Hospitalar
Especializanda em Humanização e Cuidados Paliativos
Mestra em Teologia com ênfase em Administração e Cuidado Pastoral
Texto e imagens
ROSI RODRIGUES
Jornalista
EMPREENDEDORISMO FEMININO
A trajetória da cabeleireira Maria Augusta e o seu legado ao empreendedorismo feminino