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É do Paraná a primeira brasileira a receber um pâncreas artificial

Publicado em 02/02/2022 às 10:10 por Editoria Movimento Saúde

Larissa Strapasson, de 30 anos, paranaense de Curitiba, entrou para a história da medicina. Ela é portadora de diabetes tipo1 e foi a primeira brasileira a receber, nesta segunda-feira (31), o pâncreas artificial – um aparelho que simula as funções do órgão, controlando o diabetes. Larissa convive com a doença há 13 anos.

Como funciona

Ligado a um sensor que mede a glicemia do paciente, o pâncreas artificial repassa para o sensor, via bluetooth, informações quanto à quantidade de insulina a ser injetada, de acordo com o estabelecido pelo médico. O aparelho tem um reservatório para a insulina, que é liberada através de um cateter, até um dispositivo implantado embaixo da pele do paciente.

A insulina é fornecida na dose necessária, automaticamente, por meio deste dispositivo. O lado prático da tecnologia inovadora é que o todas as informações podem ser monitoradas pelo celular, por meio de um aplicativo, podendo ser compartilhado com outras cinco pessoas, como cuidadores, pessoas da família e com o médico, se necessário.

A técnica possibilita manter por mais tempo os níveis de glicose ideais, reduzindo episódios de hipoglicemia (queda da glicemia) ou de hiperglicemia (aumento da glicemia), o que facilita o tratamento.

Mudança de vida

Para Larissa, que tem como rotina de vida o controle, 24 horas por dia, os níveis do diabetes, desde os 17 anos, o pâncreas artificial representa uma significativa mudança de vida. Ela conta que sua rotina é pesada. Dorme pensando que precisa acordar para corrigir a glicemia, e que mesmo durante as atividades físicas é preciso controlar para evitar hipoglicemia e que sua rotina diária e calcular quantidades de carboidratos das refeições, para decidir a dose de insulina a ser aplicada. “O aparelho vai ajudar a reduzir este peso que a doença traz”, comemora, acrescentando que já passou por todo tipo de tratamento e nada chegou ao nível de segurança do pâncreas artificial.

Larissa é acompanhada há cinco anos pelo médico endocrinologista e presidente da Sociedade Brasileira de Diabetes no Paraná (SBD-PR), Dr. André Vianna, que também é coordenador do Centro de Diabetes de Curitiba.

Segundo ele, uma das principais vantagens do aparelho é o fato de exigir menos da paciente para garantir o controle da glicose, pois as interações chegam a 100 vezes por dia, conforme indicam estudos.

“Com esta tecnologia as interações caem para uma média de 18 vezes ao dia, já que maior parte das decisões em relação a aplicação da insulina são tomadas pelo próprio equipamento, sem a necessidade de interferência do paciente”, explica o médico.

Ele esclarece que o algoritmo do aparelho consegue identificar quadros de hipoglicemia e hiperglicemia, aumentando ou reduzindo as doses de insulina ou até suspendendo se necessário as aplicações, de forma automática. “Assim, a pessoa que tem diabetes consegue aumentar o tempo no alvo, ou seja, ficar com a glicemia dentro da normalidade e evitar complicações”, aponta Dr. Vianna.

Benefícios para crianças

A nova tecnologia pode reduzir também as complicações do diabetes nas crianças. Luiza Vianna, de 11 anos, foi a primeira criança a receber o pâncreas artificial híbrido avançado. Ela foi diagnosticada com diabetes tipo 1 aos 2 anos de idade e, segundo a mãe, Giovanna Vianna, são muitos os benefícios em termos de liberdade para a filha, que pode interagir com outras crianças, em festas de aniversários e o aparelho ajuda na correção da glicose diante de algum erro na alimentação. “Por outro lado, fico mais tranquila porque poderei acompanhar o tratamento pelo aplicativo no celular”, afirma.

Luiza é acompanhada pelo endocrinologista pediátrico, Mauro Scharf, que destaca a qualidade de vida dos pequenos. “Essa nova bomba proporcionará mais qualidade de vida para a criança, que muitas vezes pode errar uma contagem de carboidratos, pode comer alguma coisa inusitada, e a bomba fará automaticamente as pequenas correções necessárias para que a glicose no sangue do paciente permaneça sempre normal, evitando complicações crônicas”, explica o Dr. Scharf.

O pâncreas artificial é aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

A expectativa da Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD) é que o aparelho possa ser disponibilizado pelo Sistema Único de Saúde (SUS). A entidade informou que vai solicitar junto ao Ministério da Saúde essa inclusão. O custo médio do aparelho é de R$24 mil.

 

Fotos: Divulgação

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