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Número de casos e mortes por meningite disparam no Paraná e governo alerta para a baixa vacinal

Publicado em 30/06/2025 às 09:10 por Editoria Movimento Saúde

A Secretaria de Estado da Saúde do Paraná (Sesa) emitiu, nesta sexta-feira (27), um alerta epidemiológico sobre o aumento expressivo dos casos e mortes por doença meningocócica em todo o estado. O comunicado foi encaminhado às 22 Regionais de Saúde, com orientações específicas aos 399 municípios paranaenses sobre prevenção, vigilância e assistência à população.

De acordo com os dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), entre janeiro e 21 de junho de 2025, foram registrados 22 casos confirmados e 6 mortes pela doença. No mesmo período do ano passado, haviam sido notificados 11 casos e nenhum óbito. Em todo o ano de 2024, o Paraná contabilizou 33 casos e 4 mortes. A comparação mostra uma tendência de crescimento que preocupa as autoridades.

Os casos confirmados em 2025 foram registrados nos municípios de Ponta Grossa (4), Curitiba (3), Paranaguá, Campina Grande do Sul, Fazenda Rio Grande, Araucária, General Carneiro, Palmas, São Jorge D’Oeste, Cascavel, Três Barras, Céu Azul, Cianorte, Apucarana, Londrina, Wenceslau Braz e Jacarezinho.

As seis mortes ocorridas neste ano foram em Ponta Grossa (dois homens, de 2 e 59 anos), Curitiba (homem de 32 anos), São Jorge D’Oeste (mulher de 48 anos), Céu Azul (mulher de 49 anos) e Wenceslau Braz (homem de 84 anos). Entre os óbitos, dois foram causados pelo sorogrupo C, dois pelo sorogrupo B, e em dois casos não foi possível identificar o sorogrupo.

A doença meningocócica é uma infecção grave causada pela bactéria Neisseria meningitidis e pode se manifestar sob a forma de meningite ou meningococcemia. De rápida evolução e alta letalidade, é considerada um problema de saúde pública, sobretudo por seu impacto entre crianças e adolescentes.

Segundo a Sesa, a principal forma de proteção é a vacinação, disponível gratuitamente no Sistema Único de Saúde (SUS). Atualmente, a vacina meningocócica C (conjugada) é indicada para crianças a partir dos três meses de idade até 4 anos, 11 meses e 29 dias. A partir de julho de 2025, o reforço vacinal aplicado aos 12 meses passará a ser feito com a vacina meningocócica ACWY, que amplia a proteção contra os sorogrupos A, C, W e Y.

Apesar da disponibilidade da vacina, o Paraná segue abaixo da meta nacional de cobertura vacinal. Em 2024, a cobertura foi de 91,56% na primeira dose (em menores de 1 ano) e 92,94% na dose de reforço (12 meses) — índices inferiores à meta de 95% preconizada pelo Ministério da Saúde, considerada essencial para garantir a imunidade coletiva e evitar surtos.

“A vacinação é a principal ferramenta para prevenir as formas mais graves da meningite. Quem passou por isso na família sabe a dificuldade que é tratar. Por isso contamos com todas as famílias do Paraná para darmos essa demonstração de ciência, saúde e vida, vacinando as nossas crianças e protegendo ainda mais a população paranaense”, afirmou o secretário estadual da Saúde, Beto Preto.

Além da imunização, a Sesa orienta a população a adotar medidas de prevenção complementares, como:

  • Manter os ambientes bem ventilados;

  • Higienizar frequentemente as mãos;

  • Evitar aglomerações em locais fechados;

  • Não compartilhar objetos de uso pessoal.

A população deve estar atenta aos sinais de alerta da doença, que incluem febre alta, dor de cabeça intensa, vômitos, rigidez na nuca, confusão mental e manchas avermelhadas na pele (petéquias). Ao menor sinal, a orientação é procurar imediatamente um serviço de saúde.

Para os profissionais da área, a recomendação é redobrar a atenção para o diagnóstico precoce, adoção de medidas de isolamento e tratamento imediato, e realização de notificação compulsória dos casos suspeitos ou confirmados em até 24 horas. A Sesa também reforça a importância da coleta adequada de amostras clínicas e da avaliação de contatos próximos, que podem receber quimioprofilaxia, conforme as diretrizes do Ministério da Saúde.

O cenário atual exige ação coordenada entre autoridades, profissionais de saúde e a população. Vacinar é proteger vidas. Ignorar os dados é colocar toda a sociedade em risco.

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