Sexta-feira, 6 de dezembro de 2024 Login
Para muitos a doação de leite parece ser somente um momento sublime, que todas as mães desejam e de suma importância somente para aquelas mulheres que conseguem amamentar, nada além disso. Ledo engano! O leite materno é o melhor e mais nutritivo alimento para os bebês, mas infelizmente não é para todas as mães.
Lorenzo nasceu com 30 semanas, mas por ter sido prematuro, sua mãe não conseguia alimentá-lo. “Assim que meu filho nasceu, ele teve que ir para Unidade de Tratamento Intenso (UTI) para ser se desenvolver, já que ele quis vir ao mundo mais cedo. E o leite doado foi fundamental para o desenvolvimento do meu filho”, relata Nayra Rocha de 24 anos.
O leite materno fornecido pelo banco do hospital, doado por outras mães, foi de extrema importância para ele que hoje está com um mês. “Ele passou por uma série de tratamentos para ficar saudável e o leite deixou ele mais forte”, relata Nayra feliz por ter seu filho hoje com saúde. Embora ele tenha vindo de forma natural, seu estado de saúde era delicado devido ao nascimento prematuro e, por isso, o leite doado foi primordial para que ele saísse logo da UTI.
É por isso que o Brasil celebra o Dia Mundial de Doação de Leite Humano, acompanhando as comemorações nos países da América Latina, Caribe Hispânico, África Portuguesa e Península Ibérica. Qualquer quantidade de leite humano é importante para estes bebês. O leite doado é destinado a crianças prematuras, de baixo peso, que estão internadas e não podem ser alimentadas diretamente no seio da mãe. Dependendo do tamanho do prematuro, 1 ml de leite humano já é suficiente para nutri-lo cada vez que ele for alimentado, como foi com Lorenzo.
Consciente da importância para a saúde das crianças e a vontade de realizar um sonho, a empresária Mayra Pereira de 33 anos faz doações semanalmente. “Eu sempre quis doar sangue, mas nunca pude porque eu sempre tive baixo peso, aí a gravidez veio para me ajudar a realizar mais esse sonho, que é doar. Estou muito realizada eu acho que é um gesto assim de amor salva vida”, releva a empresária.
Algumas mulheres quando estão amamentando produzem um volume de leite além da necessidade do bebê, o que possibilita que sejam doadoras de um banco de leite humano. “De madrugada eu acordo com peito muito cheio, daí eu tiro de manhã cedo e ainda fica muito para minha filha, então, está sendo ótimo, quanto mais eu tiro mais eu tenho”, conta ela.
Além de apresentar excesso de leite, a doadora deve ser saudável, não usar medicamentos que impeçam a doação e se dispor a ordenhar e a doar o excedente a um banco de leite humano. “ É um processo tão simples e tão fácil de fazer que eu não tenho trabalho nenhum. Não preciso sair de casa, não dói e o banco de leite me orientou bem de como doar”, relava Mayra.
Estima-se que o aleitamento materno poderia evitar 13% das mortes em crianças menores de 5 anos em todo o mundo por causas evitáveis. Além disso, o leite materno protege contra diarreias, infecções respiratórias e alergias. Ele também diminui o risco de hipertensão, colesterol alto e diabetes, além de reduzir a chance de desenvolver obesidade. Ainda há evidências de que o aleitamento materno contribui para o desenvolvimento cognitivo dos bebês.
Reduz o peso mais rapidamente após o parto. Ajuda o útero a recuperar seu tamanho normal, diminuindo o risco de hemorragia e de anemia após o parto. Reduz o risco de diabetes. Reduz o risco de desenvolvimento de câncer de mama e de ovário.
Apesar das mobilizações já realizadas, o número de doações de leite humano ainda é baixo em relação à demanda. De janeiro a dezembro de 2018, o número de leite humano coletado em todo o Brasil foi de 186 mil litros. Desses, foram distribuídos 141 mil litros, beneficiando 160 mil recém-nascidos com a doação de 159 mil mulheres.
Hoje, o Brasil conta com 223 bancos de leite humano, presentes em todos os estados brasileiros, além de 208 postos de coleta de leite humano. É a maior rede de bancos de leite humano do mundo.
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