Quarta-feira, 4 de dezembro de 2024 Login
Desinformação e preconceito ainda são os principais agravantes para quem convive com a doença
Foto: Blog da Saúde
Quem convive com a psoríase acaba enfrentando uma situação mais difícil do que os próprios sintomas da enfermidade: o preconceito. Conscientizar e alertar as pessoas sobre a realidade da doença acaba se tornando uma iniciativa necessária na vida dessas pessoas. Mas, o que você sabe sobre esse mal?
A psoríase é uma doença crônica da pele, não contagiosa e caracterizada pela presença de manchas róseas ou avermelhadas, recobertas por escamas esbranquiçadas. Vandirene Saraiva, 50 anos, tem psoríase há 25 anos e confirma que a discriminação ainda é a pior consequência.
“Na rua as pessoas olham primeiro para as placas, antes mesmo de olhar para o seu rosto. Muitos perguntam o que é, e, mesmo explicando o que é psoríase e que a doença não é contagiosa, muitas pessoas ficam de longe e têm medo até de te cumprimentar dando um beijo no rosto, por exemplo. É triste, o preconceito ainda é muito grande”, conta.
A causa da psoríase ainda é desconhecida e embora exista uma predisposição familiar, não é necessariamente transmitida aos descendentes. Os locais mais atingidos são o couro cabeludo, cotovelos, joelhos, palmas das mãos, plantas dos pés, unhas e tronco, com lesões em ambos os lados do corpo.
A doença atinge homens e mulheres em qualquer idade e está sujeita a melhoras dos sintomas e recaídas, relacionadas a diversos fatores, inclusive emocionais, como foi o caso de Vandirene. “As primeiras plaquinhas apareceram no meu joelho quando passei por momentos difíceis após a morte de alguns familiares. No começo o médico acreditava ser uma micose, passei 2 anos tratando e não melhorava, foi quando descobri que tinha psoríase”, lembra.
A psoríase é uma doença de evolução crônica e não há como preveni-la, sendo possível controlar sua reincidência. O tratamento procura principalmente reduzir o número e a gravidade das lesões e vai depender das características do paciente.
Os medicamentos utilizados podem ser tópicos (para passar no corpo) ou sistêmicos (devem ser ingeridos). Casos leves e moderados (cerca de 80%) podem ser controlados com o uso de medicação local, hidratação da pele e exposição ao sol. É importante salientar que qualquer tratamento deve ser feito sob rigorosa orientação médica, de forma persistente, sendo necessário, em alguns casos, suporte psicológico para uma melhor adaptação ao impacto provocado pela doença.
De acordo com a Sociedade Brasileira de Dermatologia, cerca de 10% a 20% dos pacientes com psoríase podem apresentar a artrite psoriásica. Na grande maioria das vezes, a doença se inicia na pele e somente após vários anos pode ocorrer a inflamação das articulações, como foi o caso de Vandirene. “Com o tempo a doença evoluiu, fiz tratamento com creme e pomadas e não adiantava muito, então parei. Hoje tenho placas no corpo todo e descobri no começo do ano artrite psoriásica, que é a psoríases nas articulações”, conta.
A inflamação das articulações provoca dores e outros sinais, como inchaço, vermelhidão e calor local. É mais frequente nas mãos e nos pés, mas pode surgir em qualquer parte do corpo.
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Fonte: Blog da Saúde.