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A vacina está em fase final de testes e com bons resultados em humanos.

Foto: Divulgação

Voluntária participa do desenvolvimento da vacina contra a dengue

Publicado em 03/09/2019 às 07:37

A dengue é um problema de saúde pública. Por isso, além de intensificar ações de vigilância para combater o mosquito Aedes aegypti, transmissor da doença, o Governo Federal aposta no desenvolvimento de uma vacina contra a doença. Desenvolvida pelo Instituto Butantan, de São Paulo, com o apoio do Ministério da Saúde, a vacina está em fase final de testes e com bons resultados em humanos, com o processo se mostrando seguro em voluntários. “Há mais de 20 anos que se fala em controle de dengue, mas as pessoas não ligam muito, só quando tem epidemia e depois esquece, eu sei da dificuldade para combater a dengue, por isso resolvi me voluntariar”, explicou a funcionária pública Solange Mascherpe, fez parte de uma das fases de teste.

 

Solange trabalha no Centro de Controle de Zoonoses de Rio Claro, interior de São Paulo, e há dez anos faz parte do grupo de prevenção de doenças. Uma delas é no vetor do mosquito da dengue, e isso fez com que funcionária pública se candidatasse em 2015 para ser voluntária dos testes para a vacina contra a dengue. “Vi o trabalho do Butantan e do Hospital das Clínicas e pensei que essa poderia ser uma maneira de tentar ajudar”, conta.

Essa vacina terá o potencial de proteger uma quantidade cada vez maior de pessoas com apenas uma dose e terá eficácia contra os 4 sorotipos dos vírus da dengue e o objetivo do teste, conhecido como fase 2, é analisar se o tratamento produz efeitos colaterais sem a doença. “No meu caso, deu certo. Alguns dias depois deu reação normal na pele, mas não tive nada, foi só positividade a vacina”, relatou a servidora.

Para entender melhor, na primeira fase a vacina é testada em um número relativamente pequeno de pessoas, um número que fica em torno de cinquenta a cem participantes. Nessa fase, o objetivo principal é avaliar a segurança da vacina que está em estudo. Na segunda fase, o número de pessoas é maior do que cem e é quando se dá continuidade ao monitoramento do perfil de segurança do produto. Além disso, é feita uma análise do ponto de vista imunológico, ou seja, é avaliado como a vacina estimula o sistema imunológico na proteção contra o organismo que causa a doença, como o vírus da dengue.

Segundo o diretor da Divisão de Ensaios Clínicos e Farmacovigilância do Instituto Butantan, Alexander Precioso, todas as informações são analisadas criteriosamente e é importante saber que essas etapas envolvem uma série de fatores, como a incidência da doença, objetivos que se quer alcançar, se está apta ou não. “Em todos os casos, os voluntários são comunicados do que está sendo analisado e feito”, explica o diretor.

Foi o que aconteceu com Solange. “Eu tomei a vacina e fui acompanhada semanalmente, depois quinzenalmente e mensalmente. Isso será durante os cinco anos após a vacina, ou seja, até ano que vem eles vão acompanhar para saber como está reagindo dentro do organismo”, relatou. “Vou lá tirar sangue para fazer uma avaliação, saber como está sendo a reação imunológica. Além disso, eles ligam sempre perguntando se está tudo bem e se tive algum sintoma”, explicou a funcionária pública.

Atualmente o estudo conta com 17 mil voluntários nas cinco regiões do Brasil. A expectativa é que essa vacina possa ser indicada tanto para pessoas que já foram infectadas por um dos quatro subtipos da dengue, quanto para aquelas que nunca tiveram a doença.

Medidas de proteção

Mesmo com a vacina em fase final, é importante que as medidas de proteção contra o mosquito continuem sendo realizadas para evitar, por exemplo, a proliferação do Aedes aegypti por causa de água parada. “É fundamental a conscientização, as pessoas precisam saber da importância de eliminar o mosquito. Eu trabalho com isso e sei o quanto é difícil, as pessoas negam que tem criador em casa. A vacina será importante, mas não pode deixar de ter o controle do vetor”, reforça Solange.

Por isso, uma forma de prevenção contra a doença é acabar com o mosquito eliminando os possíveis criadouros e mantendo o domicílio sempre limpo. Além disso, é muito importante sempre permitir o acesso do agente de controle de zoonoses em sua residência ou estabelecimento comercial.

FONTE: Blog da Saúde

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