Segunda-feira, 9 de dezembro de 2024 Login
Pesquisas apontam que a cada 10 tentativas 9 podem ser evitadas com medidas de proteção à vida tais como educação em saúde mental
Foto: GT Martins
De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), a taxa mundial de suicídios aumentou 60% nos últimos 45 anos. Estima-se que a cada 20 segundos uma pessoa tira a própria vida. Países como Austrália, Suécia e outros estão organizando campanhas de prevenção, o que infelizmente não ocorreu no Brasil e os números aumentaram. A estimativa é de que entre 26 a 32 pessoas por dia tirem suas vidas no país.
Segundo a OMS, o suicídio é o desfecho de uma rede complexa de sofrimento, de causas multifatoriais. Em um ato suicida encontramos sentimentos de desamparo, desesperança e desespero. Ao analisarmos a vida pregressa, percebemos que os fatores que desencadearam o ato mostram uma pessoa frágil que já há algum tempo demonstrava sinais de sofrimento.
Como prevenir? Pesquisas apontam que a cada 10 tentativas 9 podem ser evitadas com medidas de proteção à vida tais como educação em saúde mental (escolas, igrejas, unidades de saúde), controle do uso do álcool (palestras e campanhas sobre os efeitos do álcool principalmente em jovens e pessoas com transtornos mentais), grupos de suporte para as pessoas que tentaram suicídio, psicoterapia individual e religiosidade equilibrada, pois esta promove esperança e convívio ou atividade social onde o indivíduo pode possa interagir com outras pessoas.
Tais formas de prevenção variam de pessoa para pessoa e existem muitas outras formas de se prevenir, no entanto vale lembrar que as formas de prevenção não eliminam o risco mas servem para identificar quando encaminhar para um profissional de saúde mental (psicólogo e psiquiatra).
Mas se infelizmente o suicídio ocorreu, o que fazer? Chamamos de posvenção o suporte oferecido aos enlutados, que podem ser familiares, amigos e pessoas direta ou indiretamente envolvidas com a perda de alguém por suicídio.
Nos Estados Unidos, desde a década de 1970 existem trabalhos de apoio individual ou de grupo voltados para este público específico, que denominamos de sobreviventes, tamanho “abalo traumático” que o suicídio traz. Neste trabalho, o conceito de posvenção resume-se em “prevenção para futuras gerações”.
Os objetivos são alivio em relação aos efeitos da perda e do sofrimento, prevenção de reações adversas diante do luto, mensurar e prevenir o risco de comportamento suicida nos enlutados e auxiliar a retomada da vida a partir do fato.
A culpa, o medo, vergonha e tantos outros sentimentos que surgem neste processo de luto são experenciados e acolhidos nos grupos ou atendimentos individuais. Desta forma os sobreviventes podem ter a chance de se recomporem e dar um novo sentido as suas vidas, apesar do sofrimento.
Fonte: Gisele Texdorf Martins - Psicóloga, formada pela Unipar 2003, especialista em Psicologia da Saúde e Hospitalar, Especialista em Saúde Mental, Mestra em Teologia com ênfase em Administração e Cuidado Pastoral. Formação em Tanatologia (cursando) .Membro da Associação Brasileira de Estudos e Prevenção de Suicídio – ABEPS. Professora Universitária e Psicóloga proprietária da GTMartins Clínica Psicológica.
Contato: 44-98421-5577
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