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Diabetes – mudanças alimentares na rotina do idoso e o risco das dietas milagrosas

Publicado em 03/09/2021 às 14:43 por Editoria Movimento Saúde

O diagnóstico de diabetes causa uma mudança radical na vida do paciente, principalmente com relação à alimentação. Crianças e adultos sofrem com as restrições alimentares, mas para o idoso a adaptação é ainda mais complicada. “Os idosos têm dificuldade de mudar coisas que foram normais para eles a vida toda”, argumenta a geriatra, Dra. Priscila Cogo (CRM 35270/RQE 26907). “É difícil entender que coisas banais como chupar uma bala ou tomar um cafezinho adoçado pode se tornar um risco à saúde”, analisa a médica. 

A lista do que se deve ingerir com cautela é grande. Açúcar, doces em geral, e até o que não é doce se transforma em glicose (açúcar) no organismo, como é o caso como pão, batata, arroz, macarrão, massas em geral, alimentos que fazem parte do cotidiano das pessoas.

Mas fruta pode comer à vontade, certo? Errado! Elas também têm restrições. E assim, o idoso se obriga a inserir em seu vocabulário as expressões “não pode” e “pequenas porções”.

Armadilhas alimentares

A indústria alimentícia vem se desenvolvendo a todo vapor com produtos para atender a demanda, afinal, de acordo com a Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD), o Brasil ocupa o 4º lugar no ranking de países com o maior número de casos de diabetes, ficando atrás apenas da China, Índia e Estados Unidos.

São 13 milhões de brasileiros acometidos pela doença, sendo que 7% são dependente de insulina; 41% fazem uso de medicamentos; 29% controla os níveis de glicose apenas com dieta, e 23% não fazem nenhum tipo de tratamento. A prevalência da diabetes na população idosa é de cerca de 22%.

“Com o avançar da idade, é comum as pessoas se renderem ao sedentarismo, desenvolvendo sobrepeso ou obesidade, que são fatores de risco para a diabetes”, aponta a geriatra.

O diabético, de maneira geral, é um nicho atraente para o setor, mas quando se trata de idosos, o consumo de alimentos dietéticos também é mais complicado. “Os mais velhos são mais resistentes a esses alimentos, porque sentem mais forte o sabor de produtos dietéticos usados na composição, muito diferentes de sua alimentação habitual”, compara Dra. Priscila.

Diante do universo de coisas proibidas ou de sabor negativamente marcante, é comum acontecer de as famílias buscarem por alternativas alimentares sem orientação médica ou nutricional. É aí que mora o perigo, como alerta a especialista. “A dieta é parte fundamental no controle do diabetes, e a internet está cheia de armadilhas, receitas milagrosas, informações desencontradas que mais confundem do que esclarecem, e podem colocar a saúde das pessoas em risco, em especial a do idoso, que tende a ser mais delicada”, destaca.

Mitos e verdades

Informação de qualidade é o principal meio para desmistificar alimentos ditos milagrosos. Diante disso, com base nas orientações da Sociedade Brasileira de Diabetes, trouxemos uma série de Mitos e Verdades, com o objetivo de auxiliar no enfrentamento da doença e das mudanças de hábitos que ela traz. Acompanhe:

Pessoa com diabetes não pode consumir frutas.

MITO - Apesar de ricas em carboidratos, são alternativas saudáveis e podem ser consumidas em porções controladas. Prefira as mais fibrosas, como maçã, pêra, limão e laranja. As com alto índice de gordura, como o abacate, também terão menor índice glicêmico e o carboidrato será absorvido lentamente.

É importante lembrar que frutas contêm açúcar, a frutose, e, quando consumidas em excesso, podem contribuir para o descontrole glicêmico. Por isso, recomenda-se o máximo de quatro porções diárias.

Mesmo os produtos dietéticos devem ser consumidos com moderação.

VERDADE - Ainda que isentos do açúcar, produtos dietéticos nem sempre são mais saudáveis e podem, inclusive, ter mais calorias do que o alimento convencional, como é o caso do chocolate diet. Isso ocorre justamente para que seja mais palatável, mas pode representar risco para a saúde da pessoa com diabetes, que é mais propenso a doenças metabólicas, como colesterol alto.

Mel pode ser ingerido livremente.

MITO - Apesar de natural, o mel tem alto teor de frutose e glicose, logo, sua ingestão deve ser controlada e compensada dentro de uma dieta balanceada. Mesmo com índice glicêmico menor que o açúcar refinado, ainda pode causar alterações na glicemia e prejudicar o controle do diabetes.

Bebida alcoólica pode, mas deve ser consumida com moderação.

VERDADE- Ela não está totalmente proibida, mas é preciso ter cuidado, já que aumenta o risco de hipoglicemia, especialmente nos pacientes que usam insulina ou medicamentos que estimulam a produção do hormônio. A Associação Americana de Diabetes (ADA) recomenda o consumo diário máximo de 1 dose para mulheres e 2 doses para homens, sendo 1 dose equivalente a 360 ml de cerveja (1 lata), 150 ml de vinho (1 taça) ou 45 ml de destilado.

Chá ajuda a controlar o diabetes?

VERDADE - Chás, assim como o café e a canela, possuem propriedades antioxidantes e apresentam bons resultados na redução da glicemia, porém não há estudos científicos de alto nível que evidenciem e garantam a eficácia de chás e plantas medicinais. Em geral, os chás fazem bem para a saúde e podem ser incluídos na dieta, contudo, apesar de diminuir fatores que agravam o diabetes, não têm efeitos curativos.

O preparo do alimento muda o índice glicêmico.

VERDADE - O preparo e o acompanhamento influenciam no índice glicêmico do alimento. Por exemplo, o suco de laranja tem uma taxa maior do que a própria fruta, já que é consumida sem o bagaço, rico em fibras. No acompanhamento, incluir proteína ou gordura na refeição retarda a absorção dos carboidratos.

Doces são completamente proibidos.

MITO - Tal como as frutas, os doces podem ser consumidos com moderação. Porém, ainda precisam de maior atenção, uma vez que não apresentam quantidade considerável de fibras em sua composição. O excesso de glicose no sangue pode acarretar na oxidação excessiva de órgãos, sobretudo vasos sanguíneos, causando lesões renais e oculares, por exemplo. O ideal é consultar um nutricionista para analisar a melhor forma de incluir doce na dieta.

Dra. Priscila Cogo - Geriatra

Foto: arquivo pessoal/divulgação

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