Domingo, 8 de dezembro de 2024 Login
As médicas Stella Genovezzi, Regina Piazetta e Fabíola Tasca representam em grande medida esse protagonismo
Foto: Divulgação
Neste oito de março, o Conselho Regional de Medicina do Paraná (CRM-PR) prestou singela homenagem às médicas inscritas em todo o Estado, que exercem papel fundamental na Medicina e contribuem de forma incisiva no desenvolvimento da profissão. Atualmente são mais de 13 mil profissionais inscritas no Paraná, representando 43% do universo total, com a tendência de ultrapassarem os homens numericamente em um futuro próximo.
Independentemente dos números e estatísticas, entretanto, a relevância das médicas no mercado de trabalho é explicitada sob vários ângulos, seja pela presença cada vez mais igualitária em cargos de liderança – a exemplo do próprio Conselho de Medicina, que conta com o maior número de sua história de médicas em postos de conselheiras e diretorias –, seja nas instituições de saúde, nas escolas médicas ou em clínicas e consultórios.
Tendo sua origem com a primeira médica do Estado, Dra. Maria Falce de Macedo, que ingressou na Universidade Federal do Paraná em 1914, graduando-se em 1919, a representatividade feminina na Medicina conquistou muitos espaços ao longo desses anos, ascendendo não apenas do ponto de vista quantitativo, mas, principalmente, ao proporcionar novas nuances e habilidades na prática médica.
Criado pela Lei n.º 3.268, de 1957, o Conselho de Medicina empossou em 1959 o seu primeiro corpo de conselheiros eleito pelo voto direto dos médicos. A primeira mulher a ascender ao cargo de conselheira foi a gineco-obstetra Dra. Helen Anne Butler Muralha, na gestão de 1978-1983. A Dra. Helen já recebeu o Diploma de Mérito Ético-Profissional e também a Medalha de Lucas - Tributo ao Mérito Ético, as duas principais honrarias concedidas pelo CRM-PR. A segunda mulher a chegar à função de conselheira foi a Prof.ª Lorete Maria da Silva Kotze, que é casada com médico e mãe de médicos. Ela, também já distinguida com o Diploma de Mérito Ético, foi conselheira na gestão 1983-1988. Hoje, 13 são as conselheiras mulheres, que se somam a dezenas de outras integrantes do quadro de representantes, muitas delas na função de diretora.
Esse histórico de ascensão da mulher na Medicina, assim como sua relação com o ideal humanístico, é tema que embasa dois interessantes artigos já publicados, de autoria das conselheiras do CRM-PR Laura Moeller (“A ascensão da mulher na Medicina e o ideal humanístico”) e Cecília Vasconcelos (“Novo horizonte para a mulher na Medicina”).
Confira também os novos artigos elaborados para a passagem do Dia da Mulher de 2021: "As mulheres e o abraço de amor à Medicina", de autoria da conselheira Regina Celi Passagnolo Sergio Piazetta; e "Da mulher às expressões femininas que devem começar por esperança".
Novos hábitos e desafios
Em tempos de pandemia, é latente a pressão adicional que se faz à rotina das mulheres, em especial aquelas que se dividem entre o trabalho e outras atividades pessoais, como cuidados com a família, filhos, entre outras. No caso das profissionais médicas, soma-se ainda o fato de estarem lidando com uma nova e desconhecida doença, muitas atuando diretamente na chamada linha de frente, com cargas adicionais de trabalho, plantões muitas vezes exaustivos, desgaste físico e mental.
A seguir, alguns depoimentos dessas mulheres médicas, que representam em grande medida esse cenário, assim como trazem palavras de positividade e esperança:
Dra. Stella Meneguel Chueiri Genovezzi – Diretora da Representação Regional do CRM-PR em Jaguariaíva
“O meu desafio como mulher e médica em 2021 tem sido encontrar o autocontrole que me traga serenidade e paz de consciência para não me abalar com o que não depende de mim, mas ir ao máximo das minhas possibilidades naquilo que depende de mim.”
Dra. Fabíola Menegoti Tasca - Diretora da Representação Regional do CRM-PR em Maringá
“Nesta pandemia, nós mulheres médicas tivemos que cumprir nossas obrigações profissionais e familiares com doses extras de resiliência, paciência, fé, esperança e amor para acalmar, confortar e levar luz e força aos corações de nossos pacientes e entes queridos.”
Dra. Regina Celi Passagnolo Sergio Piazzetta – Conselheira e 2ª secretária do CRM-PR
“Completei, em dezembro de 2020, 36 anos de profissão como médica ginecologista. Sempre encarei tudo como desafio e sou grata por ter tido a oportunidade de exercer de forma tão intensa a Obstetrícia. Vejo as mulheres médicas muito unidas, indicando aos pacientes umas às outras para determinadas especialidades. Não enxergam barreiras sexistas, já venceram essa etapa. Principalmente neste momento de pandemia, dividem os plantões na UTIs. O medo natural não as impede de assumir qualquer trabalho.”
Mensagem do presidente do CRM-PR
"Na evolução da posição da mulher, ao menos no CRM-PR, atingimos a maturidade onde o tratamento é absolutamente o mesmo. A visão é de plenitude de condições de trabalho e pessoal. A mulher tem o respeito e ocupa a posição que sempre deve ocupar, nem mais nem menos, com equilíbrio e a temperança necessária. Hoje as mulheres médicas do Paraná são 13250. Mas somente o número não demonstra a grandeza dessa participação. Congratulações às médicas e médicos que juntos são o alicerce da Medicina Paranaense!".
Roberto Issamu Yosida, presidente do CRM-PR.
Fonte: CRM-PR
DECISÃO INÉDITA