Domingo, 10 de novembro de 2024 Login
A artista plástica e educadora Rosângela Defendi, com mais de 30 anos dedicados à arte e à pedagogia, está realizando a exposição “Cores da Infância”, que busca resgatar as emoções em obras de autoria de crianças de sete a nove anos de idade. A exposição acontece no Shopping Palladium Umuarama e vai até o dia 13 de outubro.
No dia 12 de outubro acontece uma ação especial. Rosângela realizará um workshop de pintura em telas em comemoração ao Dia das Crianças. A atividade será totalmente gratuita. Os pais das crianças interessadas em participar deverão se inscrever pelo site do Shopping. CLIQUE AQUI.
ENTREVISTA EXCLUSIVA
Conheça mais sobre a trajetória da renomada artista plástica Rosângela Defendi e sobre a exposição “Cores da Infância” na entrevista exclusiva ao site Movimento Saúde, onde ela revela como a arte e a educação se entrelaçam em sua vida e compartilha histórias sobre sua missão de ensinar e criar. Confira a seguir e inspire-se com sua visão única sobre o poder transformador da arte.
01- Rosângela, você tem uma formação sólida em Educação Artística, Artes Plásticas e Pedagogia. Como essas áreas se entrelaçam em seu trabalho, especialmente na exposição Cores da Infância?
Minha formação em Educação Artística, Artes Plásticas e Pedagogia se complementam, pois cada área contribui para uma perspectiva única no meu trabalho. A educação artística me permite explorar a expressão criativa dos meus alunos e a minha própria. As artes plásticas oferecem as ferramentas e técnicas necessárias para materializar essa criatividade em diferentes formas, e a pedagogia traz a compreensão das nuances do aprendizado e do desenvolvimento humano, especialmente na infância. A exposição Cores da Infância é um reflexo disso, onde cada obra reflete a visão artística minha e de cada aluno, mas também considera os processos de aprendizado e a sensibilidade que advém da minha experiência pedagógica.
02- A exposição Cores da Infância evoca memórias e sentimentos relacionados à infância. Qual foi a sua inspiração para escolher essa temática? Existem elementos autobiográficos ou memórias pessoais presentes nas obras?
A infância é uma fase rica em descobertas, inocência e emoções genuínas. Sempre me fascinou como as crianças veem o mundo, com tanta cor e imaginação. A escolha dessa temática foi inspirada tanto pela minha vivência profissional como professora quanto pelas minhas próprias memórias e imaginação dos meus pequenos artistas. Há uma conexão profunda entre minhas experiências e as emoções que busco transmitir com as cores e formas presentes na exposição.
03- Você menciona que seu ateliê em Umuarama é um espaço onde sonhos são concebidos e talentos são moldados. De que forma o ambiente do ateliê influencia sua produção artística e as peças expostas na mostra?
Meu ateliê é um ambiente criativo e acolhedor, onde dou espaço para a experimentação e para o crescimento artístico, tanto meu quanto dos alunos e visitantes. É um lugar onde as ideias fluem livremente, e isso reflete nas obras. O ambiente aberto e tranquilo do ateliê é essencial para o meu processo criativo, permitindo que eu explore diferentes técnicas . Cada obra da exposição Cores da Infância passou por esse processo, de reflexão e criação nesse espaço, que eu considero quase sagrado.
04- Rosângela, quem são os autores das obras expostas em Cores da Infância?
Além de uma obra minha, são autoras: Maitê Peteno Kovalechen (7 anos), Mariah Vieira S. Tamura (7 anos), Mariana Greatti (7 anos), Emília Zimiani Faria (7 anos), Gabriela Defendi Alves Goulart (9 anos), todas alunas do meu ateliê.
05- Quais técnicas e materiais utilizados nas obras da exposição? Há alguma técnica específica que você considere sua assinatura ou que tenha sido central para as peças dos Núcleos da Infância?
Para a exposição, utilizei uma variedade de técnicas, incluindo pintura acrílica a óleo, materiais como telas e papéis texturizados. Minha assinatura, por assim dizer, está na combinação de cores vibrantes e no uso de camadas sutis de textura que evocam sensações táteis e visuais. Centralizei a técnica da sobreposição de cores e formas, buscando trazer uma sensação de profundidade emocional e física e personalizadas conectando o espectador a essas memórias da infância que muitas vezes são múltiplas e complexas.
06- Sabemos que você também é professora de arte e atua há mais de 30 anos. Como a experiência de ensinar arte e conviver com seus alunos ao longo dos anos influenciou a concepção das obras dessa exposição?
Ensinar arte me mantém conectada com diferentes visões de mundo, especialmente aquelas mais puras e espontâneas que vêm das crianças. Isso é uma influência direta em minhas obras. A convivência com alunos ao longo desses anos me mostrou como cada pessoa tem uma forma única de interpretar o mundo à sua volta. As obras da Cores da Infância foram inspiradas em parte pelas interações e descobertas que vi em sala de aula, onde a expressão artística é um canal de comunicação poderoso, tanto para eles quanto para mim.
07- Você pode nos falar sobre o processo criativo por trás das peças de Cores da Infância? Quanto tempo levou para desenvolver as obras e como você conciliou sua rotina no ateliê com a preparação para essa exposição?
O processo criativo foi variado. Cada obra começou com uma ideia, memórias ou emoções dos meu alunos relacionadas à infância. Algumas surgiram rapidamente, enquanto outras demandaram mais tempo e reflexão para atingir eles queriam expressar. Ao todo, levamos cerca de 8 meses entre a concepção inicial e a finalização das peças. Conciliar minha rotina no ateliê com a preparação da exposição exigiu disciplina, mas o ambiente do ateliê, onde trabalho e ensino, é muito propício para a criação.
08- Além de sua experiência artística, você tem especializações em Educação Especial. Como essas experiências influenciam a maneira como você enxerga e transmite a arte, tanto para o público quanto para seus alunos?
Minha especialização em Educação Especial me fez perceber ainda mais o poder transformador da arte. A arte tem a capacidade de comunicar o que, às vezes, as palavras não conseguem, especialmente para aqueles com necessidades especiais. Isso influenciou não só a forma como ensino, adaptando métodos para diferentes necessidades, mas também como crio minhas obras, buscando sempre transmitir emoções de uma forma acessível e inclusiva. Quero que meu público, independentemente de suas limitações, possa se conectar com o que faço.
09- As obras expostas estão à venda? E se alguém desejar encomendar uma obra personalizada, como você conduz esse processo criativo?
Não, as obras da Exposição Cores da Infância não estão à venda. Quanto às encomendas personalizadas, é um processo colaborativo. Converso bastante com o cliente para entender suas expectativas e histórias que gostaria de ver representadas. A partir daí, inicio o processo criativo, sempre buscando manter a essência da minha arte, mas alinhando-a aos desejos e ideias do cliente.
10- Como você avalia a importância de exposições como Cores da Infância para a comunidade de Umuarama? Qual foi o feedback do público até agora?
Exposições como essa são fundamentais para fomentar o acesso à arte na comunidade de Umuarama. Elas não apenas enriquecem culturalmente a região, mas também oferecem às pessoas uma oportunidade de se reconectar com suas próprias memórias e experiências através da arte. O feedback tem sido muito positivo; o público se mostrou tocado pelas obras, muitas vezes compartilhando suas próprias histórias de infância ao visitar a exposição, o que me deixa muito realizada como artista.
11- Por fim, Rosângela, quais são seus próximos projetos? Podemos esperar mais exposições ou novas iniciativas em seu ateliê nos próximos meses?
Sim, estou sempre em movimento e planejando novos projetos. Tenho algumas ideias para futuras exposições que vão continuar explorando temas variados de acordo com a faixa etária dos alunos, mas também novos tópicos que estou começando a desenvolver. Além disso, o ateliê está sempre ativo, com novas turmas e workshops, e estou trabalhando em um projeto que visa levar arte para crianças em situações de vulnerabilidade. Inclusive no dia 12 de outubro “ Dia das crianças, estarei realizando no Shopping Palladium uma oficinas de pintura em telas, totalmente gratuita, para as crianças que queira participar terá que realizar a inscrição pelo site do Shopping. E muitas novidades ainda estão por vir!
Rosi Rodrigues
Jornalista
EDUCAÇÃO & PREVENÇÃO