Domingo, 10 de novembro de 2024 Login
Doença presente em até 10% dos pacientes com espondilite anquilosante e pode chegar a 20% dos pacientes com artrite reumatóide
Foto: Divulgação
A fibromialgia pode apresentar-se como um quadro isolado ou estar em associação a outras patologias reumáticas, em especial às doenças inflamatórias, como artrite reumatóide ou espondilite anquilosante. Quando ocorre esta associação há piora da capacidade e da qualidade de vida dos pacientes.
Ela está presente em até 10% dos pacientes com espondilite anquilosante e pode chegar a 20% dos pacientes com artrite reumatóide. Como a fibromialgia não é um distúrbio que cause inflamação, não há alteração dos exames laboratoriais destes pacientes.
No entanto, a fibromialgia provoca aumento da dor e piora do cansaço, fazendo com que o paciente acredite que sua doença está pior. Esse aumento das queixas faz com que o médico também ache que a artrite reumatóide ou a espondilite anquilosante estejam piores. No entanto, essas queixas podem ser apenas reflexos da presença da fibromialgia. Se o paciente e o médico não estiverem atentos a esta hipótese, é possível que seja indicado um tratamento mais intenso para a doença inflamatória, quando, na verdade, o tratamento deveria ser dirigido à fibromialgia.
Atualmente, os reumatologistas utilizam instrumentos para a avaliação dos pacientes com artrite reumatóide e espondilite anquilosante. Estes instrumentos avaliam como o paciente se sente em relação a sua doença e como está realizando as atividades do dia-a-dia. Da mesma forma, existem outros questionários que avaliam a opinião do médico sobre a doença, o resultado dos exames laboratoriais e o exame dos locais que estão inflamados (inchados) ou dolorosos ao exame físico.
No entanto, quando a fibromialgia está associada a estas doenças, pode atrapalhar a avaliação dos pacientes. Por exemplo, um paciente com artrite reumatóide e fibromialgia sente mais dor do que um paciente apenas com artrite reumatóide. Por isso, ele consegue fazer menos tarefas no dia-a-dia e seu estado de saúde é pior. O próprio exame físico pode estar alterado, pois o paciente sente mais dor ao ser examinado, dando a impressão de que a sua doença está pior. Apenas o número de juntas inchadas e os exames laboratoriais não são afetados pela presença da fibromialgia.
Portanto, se a fibromialgia estiver associada a outras doenças reumáticas, isso deve ser avaliado e considerado tanto pelo médico quanto pelo paciente. Estar atento a esta associação pode evitar que sejam feitos tratamentos desnecessários para a doença inflamatória e possibilita a abordagem específica da fibromialgia.
Essa situação pode ocorrer também em pacientes com artrose e síndrome de Sjögren (doença onde há secura de mucosas, como olho seco e boca seca). A presença de fibromialgia parece não afetar a avaliação dos pacientes com lúpus eritematoso sistêmico e esclerose sistêmica.
Fonte: Sociedade Brasileira de Reumatologia