Terça-feira, 5 de novembro de 2024 Login
Muito tem se falado ultimamente em Febre Oropouche, uma doença transmitida por um minúsculo mosquito que tem colocado as autoridades de saúde de todo o país em alerta. Em Umuarama, os cuidados de prevenção foram iniciados com o treinamento dos agentes de endemias.
A febre Oropouche (FO) é uma doença viral transmitida pelo inseto Culicoides paraensis, conhecido como maruim, polvinha ou mosquito-pólvora, entre outras denominações, um pequeno inseto que pode causar uma picada dolorida que provoca coceira e hematomas pelo corpo.
A doença é considerada uma arbovirose, assim como a dengue e a chikungunya, por exemplo. Esse grupo de doenças têm como característica serem causadas por vírus e transmitidas principalmente por artrópodes, como mosquitos e carrapatos.
AUTORIDADES EM ALERTA
Apesar de não ter nenhum caso confirmado, no município de Umuarama, mais de 100 servidores da área da saúde, agentes comunitários de saúde (ACS) e agentes de combate a endemias (ACE) estiveram reunidos na tarde da última quarta-feira, 23, para uma capacitação sobre trabalho integrado e enfrentamento da febre Oropouche.
O treinamento abordou as características do transmissor, bem como os sintomas da doença, cuidados e prevenção. “Os agentes foram o foco da capacitação porque são os responsáveis pela informação à população, através das visitas domiciliares”, disse a coordenadora da Vigilância Ambiental do município, Taila Biaca Crivelaro.
“Os agentes de saúde e de endemias são a porta de entrada da população ao acesso dos serviços de saúde pública”, completou a coordenadora, que foi palestrante no treinamento ao lado da médica Juliana Carvalho, da Vigilância em Saúde. Cerca de 100 agentes participaram do evento no auditório do Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac) de Umuarama.
No Paraná, até o início de outubro foram registrados 12 casos importados no Estado e o Ministério da Saúde investiga uma morte suspeita pela doença. Em todo o país já são quase 8 mil casos neste ano, em 22 Estados, e dois óbitos confirmados na Bahia.
E ESSA DOENÇA É NOVA?
Não! O vírus foi isolado pela primeira vez no Brasil em 1960, a partir de uma amostra de sangue de um bicho-preguiça (Bradypus tridactylus) capturada durante a construção da rodovia Belém-Brasília.
A febre do Oropouche não é uma doença nova, mas o vírus, que era mais comum na região Norte, está atingindo outros estados, chegando ao Sudeste e ao Sul do país. As razões para a transmissão do vírus ter chegado em outros estados ainda estão sendo investigadas pelo Ministério da Saúde.
Também já foram reportados casos e surtos em outros países das Américas Central e do Sul, como Panamá, Argentina, Bolívia, Equador, Peru e Venezuela.
QUAIS SÃO OS SINTOMAS?
Os mais comuns são febre, dor de cabeça e dores musculares. Porém, tontura, dor atrás dos olhos, calafrios, fotofobia (intolerância à luz), náuseas e vômitos também podem aparecer.
Os sintomas duram de dois a sete dias e são semelhantes aos de outras arboviroses, como a dengue. Por isso, o diagnóstico precisa ser feito por meio de exame laboratorial.
COMO SE PREVENIR?
A prevenção envolve o uso de repelentes, principalmente quando a pessoa se dirigir a regiões de rios e matas, pois o mosquito se reproduz com mais facilidade em regiões alagadas. Na área urbana é importante cuidar dos quintais e evitar acúmulos de folhas, lixo e fezes de animais, tudo que possa gerar umidade e favorecer a reprodução do vetor. A doença não tem medicamentos específicos, como a dengue, apenas tratamento sintomático.
EXEMPLO PARA O BRASIL
Umuarama comemora o dia de combate à sífilis congênita com avanços na prevenção