Domingo, 8 de dezembro de 2024 Login
A cada novembro, a cor azul toma as ruas, as redes sociais, a televisão e as páginas de sites, blogs, jornais e até as ondas do rádio, trazendo um alerta importante: a necessidade de conscientização sobre o câncer de próstata e a saúde do homem. Criada em 2003 na Austrália, a Campanha Novembro Azul ganhou força no Brasil a partir de 2011 e a mídia tem desempenhado um papel fundamental para amplificar a mensagem e levar informações sobre saúde masculina a milhões de pessoas. Com o apoio de inúmeros veículos de comunicação, influenciadores e plataformas impressas e digitais, a campanha se tornou mais que um símbolo; tornou-se uma ação concreta de prevenção, informação e mudança de hábitos.
Esse alcance amplo e diversificado reflete-se diretamente nos dados de saúde. Um recente levantamento do Instituto de Urologia, Oncologia e Cirurgia Robótica (IUCR), com base nos números do Sistema Único de Saúde (SUS), mostra o impacto da campanha e das mensagens de conscientização divulgadas na mídia sobre o aumento dos diagnósticos e procedimentos preventivos.
Em 2023, o SUS realizou 50.948 biópsias de próstata, um crescimento de 16,9% em relação a 2018, quando foram feitas 43.554 biópsias. O acumulado dos últimos cinco anos é ainda mais significativo. Após a pandemia, o número de procedimentos aumentou expressivamente — 21,5% em 2022 em comparação com 2021, e 16,6% de 2022 para 2023 — sinalizando uma retomada dos cuidados e a efetividade das campanhas preventivas, divulgadas publicamente pelos meios de comunicação.
A mídia como catalisadora da conscientização
A mídia desempenha um papel insubstituível ao colocar temas de saúde e bem estar em evidências. Reportagens, entrevistas, campanhas nas redes sociais, conteúdos em blogs e vídeos têm a capacidade de alcançar pessoas de todas as idades e contextos, espalhando a informação de forma eficaz e aumentando a conscientização sobre a importância da prevenção do câncer de próstata. A divulgação constante das diretrizes do Novembro Azul, especialmente em veículos de grande audiência como televisão, rádio e sites de notícias, gera um efeito direto sobre o comportamento da população masculina. A campanha traz uma mensagem clara e persuasiva, incentivando o público a buscar exames de rotina e monitorar a própria saúde de maneira preventiva.
Como a informação ajuda a salvar vidas?
Quando a mídia aborda campanhas como a do Novembro Azul, ela cumpre uma missão que vai além de informar; ela salva vidas. O câncer de próstata, que é o segundo mais frequente entre os homens no Brasil, pode ser tratado com grande eficácia quando diagnosticado precocemente. A maioria dos homens, porém, evita consultas médicas por falta de informação, medo ou desinteresse. É nesse contexto que a presença constante da campanha em nossos meios de comunicação faz a diferença, ajudando a quebrar tabus e a estimular a população masculina a cuidar de sua saúde.
As campanhas também tem efeito direto nos círculos sociais e familiares. Especialistas relatam frequentemente, que muitos pacientes que comparecem ao consultório levado pelas esposas, filhos ou amigos que foram impactados pelas notícias divulgas na mídia.
O impacto é visível nos números: conforme os dados do IUCR, o aumento contínuo nas biópsias de exames realizadas pelo SUS aponta para uma adesão crescente aos exames preventivos, reflexo do alcance e da influência da campanha Novembro Azul. A campanha tem o poder de transformar a conscientização em ação, e o papel da mídia é essencial nesse processo, garantindo que a mensagem chegue ao maior número de pessoas possíveis e inspire atitudes preventivas.
O futuro das campanhas de saúde
A união entre o setor de saúde e a mídia cria um canal poderoso de conscientização que beneficia toda a sociedade. Cada reportagem, postagem e divulgação nas redes sociais contribui para aumentar o impacto das campanhas preventivas, como o Novembro Azul e o Outubro Rosa (campanha de prevenção câncer de mama), que buscam reduzir os índices de cânceres não detectados e melhorar a qualidade de vida das. E não é só nos meses de campanha: a mídia tem um papel contínuo ao pautar questões de saúde pública, educando a população e promovendo um estilo de vida mais saudável e informado.
A comunicação, então, torna-se uma ferramenta de saúde pública. Os dados mostram que uma população informada adere mais facilmente às práticas preventivas. Para que as campanhas como o Novembro Azul continuem a ter sucesso, é essencial que a mídia mantenha seu compromisso com a educação e a conscientização em saúde, promovendo uma cultura de prevenção que salva vidas e fortalece o bem-estar social.
A autora:
Rosi Rodrigues é jornalista, especialista em comunicação em saúde com uma experiência vasta de mais de 20 anos na área. Se destaca pela criação de conteúdos voltados especificamente para profissionais e empresas do setor de saúde, desenvolvendo uma expertise reconhecida em marketing médico e neuromarketing. Atualmente, exerce o cargo de assessora de comunicação em duas das mais importantes instituições de saúde de Umuarama, Paraná: o Hospital Cemil e o Hospital Norospar. Além disso, ela também oferece serviços de comunicação para várias clínicas e profissionais de saúde na região, contribuindo significativamente para a visibilidade e posicionamento dessas instituições no mercado.
Referências utilizadas neste artigo:
Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (INCA). “Câncer de Próstata”. INCA, Ministério da Saúde, 2022. Disponível em: www.inca.gov.br .
Hernández Sampieri, R., et al. "Metodologia da Investigação". McGraw-Hill, 2020 .
Ministério da Saúde do Brasil. “Novembro Azul: Mobilização Nacional pela Saúde do Homem”. Disponível em : www.gov.br/saude .
Iranzo, A., & Latorre, T. "La noticia: manual práctico de redacción". Publicações da Universitat Jaume I, 2019 .
Sociedade Brasileira de Urologia (SBU). "Campanha Novembro Azul". SBU, 2023. Disponível em: www.sbu.org.br
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