Quarta-feira, 8 de janeiro de 2025 Login
Com a chegada do verão, as temperaturas mais altas e os dias mais longos marcam não apenas as férias e o lazer, mas também um período de alerta: o aumento dos acidentes envolvendo animais silvestres, especialmente os morcegos. Segundo a Secretaria de Estado da Saúde do Paraná (Sesa), esta época coincide com a fase de reprodução desses animais, tornando mais frequente a sua presença em áreas urbanas e residências. O contato direto com morcegos, mesmo sem mordidas ou arranhões aparentes, pode ser extremamente perigoso devido ao risco de transmissão da raiva, uma doença grave e quase sempre fatal.
Morcegos: um risco real, mesmo sem mordidas
A raiva é transmitida pela saliva de animais infectados e pode ser contraída por meio de mordidas, arranhões ou pelo simples contato da saliva do morcego com mucosas ou feridas abertas. Qualquer tipo de interação com morcegos deve ser evitada, seja com animais vivos ou mortos.
De acordo com dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), os casos de agressões por morcegos aumentam significativamente entre dezembro e março, com os meses de janeiro e fevereiro apresentando picos expressivos de atendimentos antirrábicos. Em 2024, os casos registrados no início do ano foram 71% maiores em comparação com o outono.
O que fazer em caso de interação com morcegos?
Se você ou algum animal doméstico entrar em contato com um morcego, seja por mordida, arranhão ou toque, é fundamental:
Caso encontre um morcego dentro de casa ou em áreas urbanas, isole o local ou cubra o animal com um balde e entre em contato com a Secretaria Municipal de Saúde para o manejo adequado.
Mitos e verdades sobre os morcegos
Muitos acreditam que apenas morcegos hematófagos – aqueles que se alimentam de sangue – são transmissores da raiva, mas isso é um mito. Todas as espécies de morcegos podem ser portadoras do vírus. Além disso, encontrar um morcego voando durante o dia ou caído no chão é um sinal de alerta, pois esses comportamentos indicam que o animal pode estar infectado.
Vacinação: a melhor defesa contra a raiva
Proteger cães e gatos contra a raiva é uma medida essencial para reduzir os riscos de transmissão. A vacinação anual é obrigatória e deve ser realizada mesmo em animais que não têm acesso às ruas ou são idosos. Essa prática não só protege os animais de estimação, mas também contribui para a segurança de toda a comunidade.
Morcegos: importância no ecossistema, mas com precauções
Embora sejam frequentemente associados a riscos, os morcegos desempenham um papel vital no equilíbrio ecológico, como o controle de insetos, polinização e dispersão de sementes. No entanto, o contato com esses animais deve ser evitado, e os cuidados para prevenir a raiva são indispensáveis.
Conscientização é a chave
Com o aumento das interações entre humanos e animais silvestres no verão, campanhas de conscientização como as promovidas pela Sesa são fundamentais. Conhecer os riscos, saber como agir em casos de emergência e adotar medidas preventivas podem salvar vidas.
Proteja-se e contribua para a segurança coletiva: mantenha-se informado, vacine seus animais e, ao menor sinal de contato com morcegos, procure ajuda médica. O verão é tempo de diversão, mas também de atenção redobrada.