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Quais alimentos consumir para a perda de memória pós-covid

Publicado em 09/09/2021 às 16:53 por Editoria Movimento Saúde

Perda de memória e falta de foco são reclamações recorrentes em pacientes pós-covid.  Um processo infeccioso, como gerado pela covid, gera um excessivo estresse oxidativo. Na prática, isso significa que radicais livres, que aceleram o envelhecimento das células, são liberados em maior quantidade no organismo. Com uma alimentação saudável e natural, é possível ajudar a prevenir esse quadro.

A nutricionista Julia Marques, que tem recebido pacientes com essas queixas, destaca que deficiências nutricionais podem gerar prejuízos à saúde cognitiva em pessoas que tiveram ou não a covid-19 e que estudos nesse sentido ainda são limitados, por ser uma infecção bastante nova. Mas ela estimula o consumo de gorduras boas, selênio e zinco, nutrientes que podem ser encontrados no abacate, azeite extravirgem e nozes.

Julia alerta sobre a importância de tratar os sintomas de maneira individual, acolher o paciente, entender seu contexto e rotina para, a partir dessas respostas, traçar estratégias. “Após a covid, dependendo da queixa do paciente e dos resultados dos exames, pode ser necessário suplementar com nutrientes antioxidantes, mas isso não é regra”, aponta.

Ela chama a atenção para a importância do uso consciente de vitaminas, pois, com a pandemia, ouviu relatos de pessoas comprando vitaminas C e D, por exemplo, sem necessidade e prescrição médica.

“A suplementação pode ser algo negativo, se não houver necessidade. É importante ter orientação, senão a gente não sabe nem se esses minerais e vitaminas estão sendo absorvidos. Com ela, você evita o estresse oxidativo, que é importante para o corpo se adaptar a mudanças. A atividade física, por exemplo, gera um estresse oxidativo nos tecidos e nas células que é positivo” explica a nutricionista.

Um estudo reuniu mais de sete mil materiais relacionando os nutrientes necessários para fortalecer e garantir uma memória saudável. Segundo a pesquisa, as vitaminas A, C, D e E, ômegas 3 e 6, ferro, zinco e selênio são fundamentais. 

Outro artigo científico ainda acrescenta que quem se alimenta a partir da dieta plant based tem 73% menos chances de desenvolver casos moderados a graves de covid.

Como funciona essa dieta?

É uma alimentação colorida e natural, que evita ultraprocessados. Tem, na sua base, vegetais, cereais, legumes, arroz e feijão. As proteínas consumidas têm, nesse tipo de alimentação, origem vegetal ou de ovos e peixes. Na rotina alimentar, há consumo inteligente de oleaginosas, gordura boa e carboidratos nutritivos.

Nutrientes e alimentos amigos da memória

Para potencializar a memória, a nutricionista recomenda uma estratégia antioxidante.

Gorduras boas - Abacate, azeite extravirgem

Selênio e zinco - Leguminosas, oleaginosas (castanhas de caju e do Pará), nozes, semente de abóbora, semente de girassol, semente de gergelim.

Vitamina C - Frutas cítricas (laranja, tangerina, kiwi, morango, maracujá, limão, carambola, acerola, caju e goiaba)

vegetais verdes escuros.

Vitamina E - Azeite extravirgem, castanhas do Pará e de caju, pistache, amendoim, amêndoa.

Vitamina D  - A nutricionista recomenda pegar sol diariamente - 15 minutos entre 10h e 16h - e avaliar, com exame médico, a necessidade de suplementação.

Ômegas 3 e 6 - Semente de linhaça, semente de chia.

Ferro - Vegetais verdes escuros, leguminosas.

Fibras - Legumes, frutas, vegetais, sementes e leguminosas.

Vitamina A - Lácteos, azeite, frutas, legumes de cor laranja (abóbora e cenoura, damasco, tangerina, laranja), ovos.

O fator psicológico em jogo

Julia ainda aponta outra peça importante desse quebra-cabeça: com a pandemia, as pessoas vivem um momento de muito estresse, e muitos dos sintomas cognitivos também podem ser causados por ansiedade e nervosismo. Para entender esses sinais do corpo, a nutricionista recomenda observar há quanto tempo o desconforto aparece e se questionar se começou antes ou durante a pandemia.

“É preciso entender de onde vêm os sintomas. Na alimentação, a gente também fala disso. Se questione: de onde vem sua fome? É por medo de não conseguir pagar as contas por causa da pandemia? É excesso de trabalho? E a sua enxaqueca? É de estresse, de se cobrar demais, é por conta de dor de coluna, por algum alimento ingerido? Todos os sintomas precisam ser rastreados - conclui a nutricionista.

Como fortalecer a imunidade?

A alimentação plant based também fortalece a imunidade e reduz a incidência de doenças cardiovasculares. A nutricionista acrescenta que o intestino é um órgão fundamental nesse processo por ser responsável pela nossa primeira resposta imunológica.

O intestino tem relação direta com a imunidade. O órgão conta com bactérias positivas e negativas. Quando a pessoa começa um tratamento antibiótico, a barreira imunológica fica frágil e, com isso, há baixa na imunidade. Da mesma forma, quando a alimentação não está saudável, as células que ficam unidas na parede intestinal se abrem, deixando lacunas que permitem a absorção substâncias ruins, que antes seriam descartadas, pelo nosso organismo.

A base do intestino saudável é o consumo adequado de fibras (legumes, verduras, cereais, grãos, frutas e leguminosas), água (30 a 35 ml diários por quilo de peso), mínima quantidade possível de ultraprocessados. Os componentes químicos presentes nos ultraprocessados são desconhecidos pelo nosso organismo. Esses são os fatores fisiológicos possíveis de controlar. A nutricionista explica que existem ainda variáveis externas, como estresse, ansiedade e poluição do meio ambiente. Vale reforçar que uma imunidade alta não vai impedir necessariamente o contágio de doenças como a Covid-19, mas pode promover mais saúde para enfrentar os sintomas da infecção.

FonteJulia Marques - nutricionista graduada pela UFRJ, pós-graduada em nutrição esportiva funcional e pós-graduanda em nutrição comportamental.

Foto: divulgação 

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